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Resenha Crítica | O Homem Invisível – H G Wells

H G Wells é um dos maiores nomes da ficção científica de todos os tempos; Afinal, seu livros são pioneiros em muitos conceitos que definiriam o gênero na literatura. Nós já falamos sobre outra do autor em nossa resenha crítica sobre A Máquina do Tempo. Agora vamos falar sobre outra obra de Wells, O Homem Invisível.

O Homem Invisível foi publicado originalmente em capítulos na revista semanal de Pearson em 1897 e lançado como romance no mesmo ano. Para alguns é um precursor da ficção científica moderna, outros apontam como clássico do horror e mistério. Quem está certo? Bem, ambos. A obra mescla horror e mistério com uma boa dose de ação e até momentos de comédia. Além disso, é claro a boa e velha ficção científica também está presente.

Pois, o livro não é o primeiro a abordar o conceito da invisibilidade, que talvez seja uma das questões mais antigas da humanidade. Contudo, é a primeira obra de ficção a abordar o tema por um viés mais científico. Fincando assim as raízes para a ficção científica moderna.

Enredo

A história acompanha as desventuras de Griffin, um cientista que após anos de estudos consegue descobrir a fórmula da invisibilidade. Entretanto, ao realizar o procedimento em si mesmo não imaginava os horrores que se seguiriam a essa decisão.

Do lado científico é difícil dizer onde Wells acerta e onde erra em suas teorias, mas todo o arcabouço teórico é firme o suficiente para sustentar a história. Mais uma vez o autor mostra que sua criatividade aliada ao seu lado cientista é o que faz dele um verdadeiro gênio a frente do seu tempo.

Para além do debate teórico o autor está preocupado em refletir acerca da natureza humana. Talvez esse seja o livro menos reflexivo do escritor, sendo mais focado na história do que em analogias filosóficas. Porém, nem por isso, se torna menos denso quando se trata de questionar a natureza humana, a relação do indivíduo com o coletivo e com a humanidade.

Conceitos

A história aborda também conceitos de liberdade e impunidade, visto que ao se tornar invisível, Griffin achava que poderia fazer o que quiser, mas não foi bem isso que aconteceu. Afinal, as necessidades mais básicas ainda estavam lá. Sem falar que se relacionar com seus iguais torna-se muito mais complexo, uma vez que as pessoas tendem a temer o que não compreender e acabam por agir com violência.

Isso sem falar do debate que percorre as entrelinhas sobre a função da ciência. Vale realmente a pena não medir esforços para o “progresso”? Qual o preço a se pagar pelos avanços científicos? Quais devem ser as reais inclinações dos cientistas em suas pesquisas? Tudo isso é levantado de maneira sutil pelo autor, mas sem nunca nos oferece uma resposta. Apenas uma história divertida e instigante.

Como quase todas as obras de H G Wells, O Homem Invisível já foi adaptado diversas vezes para as mais diversas mídias, elevando o personagem ao status de um dos mais populares da cultura pop. Esse talvez seja a obra mais famosa e adaptada do autor.

Outras Mídias

O personagem principal já foi parar nos cinemas ao menos nove vezes desde sua publicação original. Sendo a primeira em 1933, pelas mãos do diretor James Whale e com o astro britânico Claude Rains no papel principal, e a última, em uma adaptação bem livre, pelas mãos do diretor Leigh Whannell e com Elisabeth Moss no papel principal, estreando em 2020. Quase todas as vezes com distribuição  do estúdio Universal.

Além de aparecer nas HQ’s de A Liga Extraordinária de Alan Moore e Kevin O’Neil, e servir de inspiração para um dos meus personagens favoritos de todos os tempos Larry Trainor, o Homem Negativo, que não tem nenhuma relação com ao personagem do romance a não ser a aparência quase que mumificada e os óculos escuros.

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