O Homem Invisível ganhou um remake lançado em 2020, estrelando Elisabeth Moss e adaptando a obra clássica de H G Wells para uma audiência mais contemporânea.
Porém não é sobre esse filme que gostaríamos de tratar aqui. Mas sim do clássico do terror de 1933, filme que faz parte do Universal Monsters, universo compartilhado de monstros da Universal Pictures.
Gostaríamos de comparar o filme com a história original escrita pelo mestre da ficção científica H G Wells, que inclusive já fizemos uma resenha crítica, e apontar algumas semelhanças e diferenças.
Em tempo. Nós sabemos que essa não é uma tarefa fácil, pois o filme possui muitos pontos de contato com o livro, mas também toma certas liberdades criativas a fim de criar sua própria história. Portanto elencar todas as semelhanças e diferenças seria uma tarefa muito extensa. O que faremos aqui é apenas elencar algumas mais óbvias.
Em tempo 2: A lista a seguir contem muitos spoilers, então recomendamos que só leio quem já assistiu ao filme e leu o livro, ou quem não se importa com spoilers. Prossiga por sua conta e risco.
Semelhança: Grifin, o cientista louco
Tanto no livro quanto no filme, o protagonista é o cientista Griffin, que descobre a fórmula da invisibilidade e aplica a si mesmo. Porém os efeitos não são tão positivos quanto o esperado, e envolve até mesmo perda da sanidade.
Portanto o cientista se encontra em uma corrida contra o tempo para achar um antídoto, antes que perca a cabeça completamente.
Semelhança: Coach and Horses
Nas duas histórias o Homem Invisível chega totalmente enfaixado, à lá Múmia ou Homem Negativo, à hospedaria Coach and Horses. Onde causa certo fascínio em todos os presentes, e onde fica recluso a maior parte do tempo em que as pessoas o permitem.
O filme conta com muitos mais personagens que no livro, suprimindo alguns da obra original e reinventando os demais. Porém a cena é bem parecida em ambas histórias.
Diferença: O Par Romântico
No livro de 1897 não existe a figura do par romântico para Griffin, que parece muito mais interessado nos avanços científicos e no reconhecimento que ganharia com isso, do que nos prazeres carnais.
O filme, talvez para se adequar ao estilo narrativo de seu tempo, cria a personagem Flora Cranley, vivida pela atriz Gloria Stuart, para servir de interesse amoroso ao protagonista, que é vivido pelo ator Claude Rains.
Diferença: Terror x Ficção Cientifica x Comedia
A obra original parece se focar muito mais nos debates científica, sendo por isso mesmo considerada uma das precursoras da literatura de ficção cientifica. A parte do horror/terror se torna mais residual nos efeitos colaterais dos avanços científicos e na loucura crescente do personagem título.
Porém esse debate parece se tornar mais secundário no filme dirigido por James Whale, dando lugar a cenas de ação intensa, embaladas pelos efeitos visuais inovadores para a época, bem como para a comédia, também fruto dos efeitos visuais. O terror também está lá na atuação brilhante de Claude Rains e nas diversas mortes que ocorrem no decorrer da trama.
Semelhança: A morte no final
SPOILER ALERT! Sim aqui vai um spoiler dos grandes sobre o desfecho da história, então siga por sua conta e risco.
Tanto no livro quanto no filme o protagonista morre no final, logo após perseguir Dr Kemp. O Homem Invisível se depara com uma multidão enfurecida, que por mais que não consiga vê-lo, ataca de maneira raivosa, resultando na morte do Dr. Griffin.
E nas duas mídias antes de morrer o personagem se torna branco como leite, antes de tornar-se visível novamente. Isso porque a fórmula só funciona em tecido vivo.
Diferença: Continuações
No livro, a morte de Griffin é derradeira e encerra de uma vez por todas as histórias do Homem Invisível. Porém esse não é o caso nos cinemas.
A ganância dos produtores da Universal Pictures fez com que a obra de Wells ganhasse diversas continuações e reboots ao longo dos tempos, algumas diretamente ligadas ao já citado Universal Monsters e outras não.
Além disso o personagem já foi adaptado para as mais diversas mídias, sendo a adaptação mais recente o filme de 2020 dirigido por Leigh Whannell e estrelado por Elisabeth Moss.