Resenha Crítica – Game of Thrones: “The Iron Throne”.

O último episódio de Game of Thrones de todos lançou no último domingo (19) e dividiu os fãs. Portanto, confira a resenha crítica de “The Iron Throne”.

Há quem diga que foi um bom final , há quem deteste o fim, comparando-o com outros finais odiados como o de Lost e Dexter. Surgiu até uma petição para que a última temporada fosse toda refeita.

Podemos ver que polêmica foi o subtítulo do sexto episódio da oitava temporada, intitulado “The Iron Throne” (O Trono de Ferro). Portanto, decidimos esfriar a cabeça e julgar com calma o episódio, por isso só estamos entregando essa resenha agora, quase uma semana depois de o episódio ir ao ar.

Eis nossas considerações sobre o último episódio de Game of Thrones, intitulado “The Iron Throne“.

Aspectos técnicos incríveis

resenha crítica de “The Iron Throne”.

Se tem algo que não pode ser contestado nessa temporada é a qualidade técnica. Seja nos enquadramentos, na fotografia, apesar de alguns probleminhas na iluminação em alguns episódios, seja nos efeitos visuais.

A fotografia está de tirar o chapéu. Tanto nas escolhas de lentes e enquadramentos, como nas cores e efeitos de iluminação. O CGI também está muito bem feito, vide a cena em que Drogon abre suas asas atrás de Daenerys a transformando de fato na Mãe dos Dragões. Tanto é que tem gente dizendo que a reação do Drogon à morte de Danny foi melhor que o do próprio Jon Snow, mas voltaremos a isso mais tarde.

Outro fator técnico a ser levado em consideração são as atuações. Você pode questionar o destino de certos personagens, mas, com base naquilo que lhes foi entregue, os atores e atrizes deram um show de interpretação. Destaque para Danny, a rainha louca contaminada pelo poder, e para Sansa badassO Norte não se curva à ninguém.

Saídas fáceis

resenha crítica de “The Iron Throne”.

Se por um lado o elenco mandou bem ao executar os finais de seus respectivos personagens, por outro esses destinos podem ser extremamente questionados. A série já tinha muitas questões que precisavam ser resolvidas ao longo das sete temporadas antecessoras, e os roteirista decidiram enfiar mais coisas para trabalhar nessa última. O resultado foi o que vimos, um roteiro não tão desafiador quanto o encerramento de Game of Thrones merecia.

Desenvolvimentos superficiais e apressados de muitos personagens, que poderiam ser resolvidos com um ou dois episódios a mais. Podemos citar como exemplo o fato de Daenerys enlouquecer. A personagem já vinha dando sinais disso nos últimos anos, porém esse desenvolvimento foi muito acelerado na oitava temporada, principalmente nos dois últimos episódios.

Sem contar as coisas ignoradas, como várias profecias, ou mal utilizadas, como o fato de Jon Snow ser na verdade um Targaryen, que no final não serviu de nada.

No final parece que os roteiristas tinham a ideia para o final, mas não sabia como executá-la, e acabaram por tomar as saídas mais fáceis e convenientes. O que não faz jus à grandiosidade da série como um todo.

Drogon, o mais sábio de todos

Drogon, o mais sábio de todos

O episódio começa com Jon e Sor Davos analisando os impactos da ação da khaleesi em Porto  Real. Algo até bem desenvolvido, se você ignorar o fato de Jon Snow ter sido gado demais no episódio anterior. Segue-se um discurso messiânico de Daenerys a lá Stalin, sobre libertar todos os povos, etc e tal.

Em seguida, Tyrion é preso após abandonar o barco – tarde demais diga-se de passagem. Mas Jon vai conversar com ele na prisão, os dois debatem sobre Danny ter ficado um tanto maluca, e o anão aconselha o rapaz a matar sua tia/amante. E é isso que acontece.

Numa cena rápida, sem a profundidade necessária, a loira morre durante um beijo com uma faquinha do amado no coração. No entanto, o ponto alto da cena fica por conta de Drogon, o último dragão vivo.

O “filho” da khaleesi, vendo que Jon Snow assassinou sua mãe, fica pistola. Porém o dragão interpreta os fatos e descobre que o que enlouqueceu a rainha, e consequentemente levou a sua morte, foi o Trono de Ferro. Então num ataque de fúria ele solta um dracaris no trono e derrete todas as mil espadas. “Se minha mãe não sente no trono ninguém mais senta.”

Em seguida o réptil agarra o corpo morto de Daenerys a voa sem rumo para nunca mais ser visto.

Novela da Globo.

Resenha Crítica - Game of Thrones: “The Iron Throne”.

Após a morte de Daenerys, Jon Snow é preso e temos um time jump, que eu não sei precisar de quanto tempo. Vemos Tyrion ser levado a um conselho com os lordes e ladies de Westeros, e usar sua lábia para livrar a si e a Jon da morte pelos Imaculados (que estão de cara porque cruzaram o mar pra nada).

O anão ainda convence a todos que devem eleger um novo rei, o que todos concordam. E, no final, o escolhido é Bran, o Quebrado. O corvo de três olhos reinará sobre os seis reinos, isso mesmo, seis, uma vez que Sansa exige que o Norte seja um reino separado. O rei aceita e todos vivem felizes para sempre.

Na verdade é quase isso. Os Starks todos se deram bem, quer dizer mais ou menos. Sansa vira rainha e Arya consegue um navio para dar um rolê para Oeste de Westeros. E Jon Snow é salvo da ira do exército de Danny, mas é enviado a Patrulha da Noite, que não existe mais, então ele se junta aos selvagens e vai para lá da muralha, o verdadeiro norte.

Os demais personagens têm finais felizes até. O rei reúne novamente o small council e aparentemente as coisas voltaram ao normal. O que mais parece um final de novela da Rede Globo do que o fim de uma das série com mais plot twist da história.

Game of Thrones ficou reconhecida justamente por subverter a expectativa do telespectador, ao mesmo tempo que em trabalha tramas complexas envolvendo personagens extremamente desenvolvidos. Porém nos últimos anos a série vem se perdendo em fan-service e acabou tendo um final mediano, que até subverte as expectativas (muito altas), mas de maneira negativa.

Veredito

No fim fica aquele gosto amargo de que “The Iron Throne” poderia ter sido melhor.

Apesar dos pontos negativos há sim momentos em que o episódio brilha, mas são ofuscados por escolhas de roteiro um tanto forçados. Por isso o final, apesar de decente, fica muito aquém do esperado. Erro nosso por esperar demais? Falha dos roteiristas por não entregarem um material condizente com o nível da série? Isso eu deixo para vocês julgarem.

O fato é que Game of Thrones marcou essa década e agora nos resta esperar para saber se alguma série irá substituí-la no coração dos fãs.

Ouça agora: InduTalk #09 | Game of Thrones: A maior Série da História