Resenha Crítica | Adam Sandler: 100% Fresh

Adam Sandler 100 Fresh Netflix

Na nova produção da Netflix, Adam Sandler: 100% Fresh, o ator e comediante está de volta as suas raízes e é sensacional!

Adam Sandler é um ator divisivo, ou você ama todos os filmes dele ou odeia sua atuação. Não podemos negar que ele vem se envolvendo em produções nem tão boas, para sermos gentis com o ator.

Porém em 100% Fresh Adam Sandler está hilário e nos faz questionar o porquê de ele fazer filmes tão questionáveis. Talvez seja para juntar dinheiro para bancar projetos como esse (além de poder manter a vida luxuosa que leva em Hollywood).

Adam Sandler: 100% Fresh é um especial de satnd-up comedy estrelado por ninguém menos que (como você já deve imaginar) o Sandman em pessoa. O especial de 1h13m foi encomendado pela Netflix, com o comediante já vem trabalhando há alguns anos.

Aqui Adam Sandler volta as suas origens misturando piadas inusitadas com trechos musicas hilários. Três fatores merecem destaque nessa obra prima do humor: o roteiro, a edição, e a trilha sonora.

Roteiro

O roteiro que conta com piadas e números músicas inéditos e nonsense é assinado pelo próprio Sandler e é um brinde aos fãs de longa data do comediante. Para os fãs mais novos que duvidam da capacidade do ator, não sem motivos para sermos justos, porém essa é uma obra que faz até mesmo os mais críticos entenderem a capacidade cômica do ator.

As piadas vão desde uma visão inusitada de momentos comuns do cotidiano, como os números musicais de “Phone, Wallet, Keys” e “We All Know a Guy”, até situações absurdas “We Need a Hero” e “Station 69”. Não vamos entrar em muitos detalhes para não estragar a grata surpresa que é esse show com spoilers.

Porém vale citar que todas contem algum tipo de plot twist que é de explodir a mente e fazer até os mais críticos rirem. Prova disso é a plateia dos mais de 40 shows usados para compor a narrativa que não se contem.

Sandman ainda consegue nos emocionar com uma bela homenagem ao amigo Chris Farley em forma de um número musical no final do especial, provando que Adam Sandler consegue um escopo de atuação considerável, apesar de não ser um ator dramático tão convincente.

Contudo, nem tudo são flores. Há que se fazer críticas ao estilo “tiozão” de humor usado, principalmente quando ele traz o gênero feminino para o texto, geralmente usando a figura de sua própria esposa para compor essas piadas. Nesses momentos Adam Sandler não consegue escapar do machismo habitual desse tipo de humor, caindo em nonsense ofensivo, que até pode arrancar uns sorrisos amarelos, mas não deveria. O que não incomoda os fãs desse tipo de comédia, mas deveria, pois, como já mencionamos, é ofensivo para as mulheres.

Edição

O segundo ponto de destaque é a edição, que até conta com alguns enquadramentos diferentes, mas no geral a câmera é apenas um observador pacífico.

O grande trunfo, no entanto, está na montagem. Que utiliza de cortes rápidos e precisos para criar uma dinâmica ora fluída, em momentos que nem parece que houve corte de câmera, ora acelerada na batida da música de Dan Bulla. Tudo isso cria um ritmo muito acertado que contribuiu em grande medida para o ar cômico do especial.

Em alguns momentos os cortes são tão precisos que, para os que curtem esses aspectos técnicos, é de cair o queixo.

Trilha Sonora

A trilha sonora está impecável, nem tanto pela voz de Sandler, que não é nenhum canto de primeira linha. Mas sim pelas composições e sacadas de Dan Bulla, que acompanha o Sandman no palco.

Bulla é roteirista e trabalhou com Adam Sandler em vários projetos, porém é com seu sintetizador que ele brilha em 100% Fresh. Criando composições únicas e flertando com vários estilos, o compositor torna os números músicas ainda mais hilários com suas melodias.

Em suma, esse é um especial de humor dos bons, que por vezes escorrega e escorrega feio, mas traz a tona todo o potencial de Adam Sandler.

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