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Lanternas Verde: o que os Guardiões de OA podem nos ensinar sobre a pandemia

Sim, os criadores dos Lanternas Verdes, os Guardiões de OA podem nos ensinar uma coisinha ou outra sobre a pandemia.

Afinal, as histórias em quadrinhos são sempre uma ótima forma de entretenimento e muitas vezes uma rica literatura. Seja para se distrair das dores da vida cotidiana, seja para refletir e criticar nossa realidade.

Em muitos enredos os personagens clássicos que conhecemos e amamos são colocados em situações que refletem nosso mundo e nos fazem questionar nossas escolhas. Recentemente me deparei com uma dessas situações, enquanto lia a fase de Geoff Johns no comando da HQ do herói Lanterna Verde.

Os Lanternas Verde

Enquanto fazia uma pesquisa para o podcast aqui do Indutalks (ouça aqui), e como bom DCnauta que sou, me encontrei pesquisando sobre a mitologia da Tropa dos Lanternas Verdes. Naturalmente caí em uma das melhores fases dos cavaleiros esmeralda, comandada por ninguém menos que Geoff Johns, fase que durou cerca de 10 anos. Obviamente eu não cheguei a ler tudo dessa run. Mas devo dizer que o que eu li é bem impressionante, ainda mais se você é um fã de Hal Jordan.

Durante a leitura de Guerra dos Anéis (eu sei o nome em português é bem sugestivo, o original Sinestro Corps War, algo como Guerra da Tropa Sinestro, dá menos margem para piadinhas de duplo sentido), eu descobri que gosto muito de toda a mitologia da Tropa dos Lanternas Verdes. Todo esse conceito de Star Wars encontra Arquivo X misturado com Máquina Mortífera. Aliás um filme ou uma série com essa pegada seria muito legal!

Porém uma coisa que me chamou a atenção foi justamente o conceito que abre esse título, como os quadrinhos questionam nossas escolhas e posicionamentos. E então fiz a reflexão de que os Guardiões de OA podem nos ensinar muito sobre a pandemia.

A Guerra dos Anéis

Não vou dar spoiler nem estragar a história para aqueles de vocês que ainda não leram a saga. Leitura que é altamente recomendável por sinal. Contudo, eu preciso dar algum contexto para vocês entenderem meu ponto.

No começo da história Hal Jordan está de volta como Lanterna Verde, após toda a treta com Paralax e Hal Jordan vilão, você entende mais sobre essa treta em Lanterna Verde: Renascimento. Porém um antigo vilão promete tornar as coisas bem difíceis para o policial espacial, é claro que eu estou falando do aqui-inimigo dos Lanternas, Sinestro. Ele está de volta e agora com seu próprio exército, a Trop Sinestro, que com seus anéis domina a cor amarela do medo.

Sério é meio complexo, então leiam a saga para entender melhor.

A Profecia

Porém o ponto interessante que eu quero destacar aqui é que esse retorno de Sinestro, dominando a cor amarela do medo, preocupa os Guardiões do Universo, os “chefes” da Tropa dos Lanternas Verdes. Dois deles, Sayd e Ganthet, estavam particularmente preocupados que uma antiga profecia se concretizasse com o avanço da Tropa Sinestro e o medo pelo universo.

A profecia dizia mais ou menos o seguinte:

“Uma face de metal e carne falará dos segredos das 52.
O medo aumentará.
A força de vontade se acumulará.
E uma guerra de luz libertará a verdade por trás da energia do anel.

– Livro de Oa, capítulo III: A Noite mais densa

Simplificando a história o Superman Ciborgue seria um dos responsáveis por destruir a Terra. Fato esse que afetaria todo o multiverso, o que resultaria na Noite Mais Densa e no fim de toda a vida.

Fora Synd e Ganthet, os demais guardiões acharam que tudo era balela, que a Tropa Sinestro não era nada de mais e que as coisas deviam continuar como normalmente e que em algum momento os Lanternas Verdes cuidaram da situação, como sempre. Notaram alguma semelhança com líderes do mundo real que tratam pandemias como se não fossem nada demais, ou só uma gripezinha?

Bom, pra resumir a história os Guardiões não ligam para a ameaça até que seja tarde demais, preferindo queimar o livro de Oa a dar ouvidos às advertências. Sim, revisionismo histórico. Claro que no final os Lanternas conseguem vencer, mas não sem antes haver uma guerra galática com a perda de muitas vidas no meio tempo.

A Pandemia

Enfim, o paralelo que eu queria fazer aqui é como o modo como os Guardiões lideram com a ameaça da Tropa Sinestro reflete o modo como lidamos com a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo cornavírus. Os líderes da “polícial espacial” negligenciaram uma ameaça a toda a vida no universo, da mesma que muitos líderes no Brasil e no mundo negligenciam uma doença que pode tirar muitas vidas.

Fingir que tá tudo bem, não vai fazer o vírus ir embora. Estabelecer uma falsa dicotomia entre economia e saúde para “forçar” uma abertura prematura do comércio, ou voltar as coisas ao “normal” antes da hora, é um caminho perigoso. É exatamente o que os Guardiões fizeram e isso levou a morte de muitos lanternas e a destruição não só de cidades na Terra, mas de planetas inteiros.

Claro que isso não se aplica apenas a políticos e líderes governamentais, se aplica aos donos de academia em Curitiba que querem reabrir suas academias, fingindo que vão cumprir absolutamente todas as normas de segurança, enquanto a prefeitura finge que fiscaliza. Se aplica a todo mundo que está saindo sem necessidade como se o vírus não fosse nada demais.

Mas não podemos seguir o exemplo da prefeitura de Curitiba, que apenas culpa os cidadãos em sua atitude individuais, enquanto fecha os olhos para os grandes comércios e toma medidas duvidosas no comabte a doença. Abrir academias? Metade dos ônibus? É sério isso?

A Realidade e a Ficção

Claro que Geoff Johns não pensou nisso enquanto escrevia a saga, até porque foi há mais de dez anos, ninguém nem pensava em uma pandemia de Covid-19 na época. Mas acho que o paralelo faz sentido.

Desculpem-me, esse texto acabou ficando muito maior do que eu previ no começo. E não, não foi escrito apenas pra criticar a Prefeitura de Curitiba, apesar de servir bem para expressar minha indignação. Mas acredito que é um bom ponto observar o que os Guardiões de OA podem nos ensinar não só sobre a pandemia, mas sobre vários aspectos da vida.

É que eu pensei nessa viagem argumentativa no meio da leitura da saga, e quis compartilhar com vocês. Mas e vocês, o que acharam do texto? Faz sentido ou é uma viagem incoerente? Não deixe de comentar sua opinião e compartilhar com os amigos que insistem em negar a pandemia e furar a quarentena pra fazer churrasco.

Se cuidem e até a próxima!

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