Jojo Rabbit: como os filmes não precisam ser uma coisa só

Estou em uma maratona pessoal para assistir ao máximo de filmes do Oscar 2020 antes da cerimônia no dia 09 de fevereiro. E já adianto que Jojo Rabbit se tornou um dos meus favoritos nessa temporada.

Sinopse

Mas, antes de iniciar minha defesa desse filmão, vamos dar uma breve passada na ficha técnica. Primeiramente a sinopse. Jojo Rabbit é uma comédia que se passa na Alemanha Nazista durante o fim da 2ª Guerra Mundial, isso mesmo, uma comédia no meio do regime do Terceiro Reich. O longa acompanha o protagonista Jojo, uma criança nazista fanática que descobre que sua mãe abriga uma garota judia em seu sótão. Se isso não fosse suficiente, o garoto só pode contar com a ajuda de seu amigo imaginário, ninguém menos que Adolf Hitler.

Atuações

Se essa sinopse maluca não for motivo suficiente pra você correr assistir esse filme, aqui estão alguns nomes de peso da produção. Começando pela brilhante Scarlet Johansson. A nossa eterna Viúva Negra entrega uma atuação impacável, nada extraordinário (não me entenda mal, não é ruim, nem um pouco), no entanto ela faz o que o roteiro exige com louvor e o engrandece com sua personagem.

Ela vive a mãe de nosso pequeno protagonista, o ator Roman Griffin Davis. No alto de seus 12 anos, Roman nos entrega uma brilhante atuação de um menino divido entre seu ideal político e um relacionamento com a recém descoberta amiga judia, que abala suas mais profundas convicções. Claro que a atuação do protagonista mirim é muito ajudada pelo seu elenco de apoio, que além da brilhante Scarlet Johansson conta ainda com nomes como Thomasin McKenzie, Sam Rockwell, Stephen Marchant, Alfie Owen-Allen e Rebel Wilson.

Agora a cereja do bolo. Adolf Hitler em pessoa. O líder do partido nazista é interpretado por ninguém menos que Taika Waititi, o diretor e roteirista do filme. Você provavelmente se lembra dele por ser o diretor de Thor: Ragnarok, e por ter vivido o excêntrico Korg tanto no terceiro longa do deus do trovão, como em Vingadores: Ultimato.

Mas diferente de Thor: Ragnarok, Jojo Rabbit não pretende ser uma comédia pastelona repleta de piadas a todo instante. Aqui Taika Waititi mostra todo seu potencial quando lhe é dado liberdade criativa.

Tom do Filme

Além disso, ele entrega uma boa performance como Adolf, que oscila de momentos extremamente cômicos e caricatos até cenas tensas – sempre com um humor peculiar – o neozelandês brilha também na direção e no roteiro.

Esse último talvez seja o grande trunfo do longa. No começo o filme parece uma comédia excêntrica, daquelas tipicamente inglesas. Vemos o jovem Jojo tentando entrar numa espécie de escoteiros do partido nazista, local onde ocorrem as mais absurdas situações, e onde também recebe sua alcunha, que serve de título do longa, Jojo Rabbit, por conta de um incidente com um coelho. Tudo isso enquanto mantém uma estranha relação com seu amigo imaginário, Adolf Hitler.

Mudanças

Contudo, lá pela metade do filme as coisas começam a tomar um rumo diferente. Após descobrir que sua mãe esconde uma garota judia em seu sótão, o garoto começa a questionar suas próprias convicções. A princípio tem medo, em seguida tenta se relacionar com ela para tentar entender essas criaturas medonhas que são os judeus.

Mas, no decorrer da trama, muito motivado por sua mãe, o garoto começa a mudar sua relação com a menina no sótão e com o próprio regime, até mesmo com seu amigo invisível.

Final

Então, no final temos uma interessante e emocionante história sobre relações humanas. Os personagens principais são complexos e muito bem trabalhados. Além disso, o avançar da história nos mostra que o filme não precisava, e talvez não devesse, se prender ao tom inicial. Poderia muito bem acompanhar a evolução dos personagens, principalmente Jojo. Algo que na minha humilde opinião foi muito bem feito.

Mas, e você quais são suas apostas para o Oscar? Conta pra gente nos comentários.

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