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Alan Moore | Top 10 Hqs do mago britânico

Desenho do escritor de quadrinhos inglês Alan Moore

Alan Moore mudou para sempre o mundo dos quadrinhos e é referência até hoje para leitores e roteiristas. Então confira 10 Hqs do mago britânico.

Alan Moore é sem dúvidas um dos maiores nomes dos quadrinhos de todos os tempos. Praticamente um Midas da vida, tudo que o roteirista põe a mão vira ouro e se torna um clássico entre os amantes da nona arte.

Para se ter uma ideia de sua relevância para as histórias em quadrinho, ele revolucionou o mercado, elevando as graphic novel ao status de arte, e foi o precursor da Invasão Britânica no mercado estadunidense, apesar de ele mesmo não ser considerado como parte desse movimento. Já ficou claro sua importância.
Vejamos então algumas de suas melhores obras de todos os tempos. Já avisamos que foi muito difícil escolher entre tantas.

Sem mais delongas então, vamos ao Top 10 Hqs do mago britânico.

A Liga Extraordinária

Começando a lista de Top 10 Hqs do mago britânico com essa pedrada. Criada por Moore e por Kevin O’Neill em 1999, essa história é nas palavras do próprio autor uma espécie de Liga da Justiça da Inglaterra vitoriana, unindo diversos personagens clássicos da literatura gótica e da ficção científica em uma história com muita ação e mistério. Além de uma boa dose de maluquice, traço marcante de Moore.

A série conta com três volumes lançados e duas minisséries Black Dossier e Nemo. No Brasil A Liga Extraordinária já foi lançada no Brasil pela Devir, Panini e Pandora Books em diversos formatos.

A Piada Mortal

Um dia ruim. É apenas isso que separa os mais são dos homens da loucura completa. Essa é a filosofia do Coringa, e é isso que ele tenta provar nessa história. Aleijando Bárbara Gordon e sequestrando seu pai, o Comissário Gordon.

A história escrita por Moore e desenhada pelo lendário Brian Bolland, traz muita violência gráfica e uma das principais histórias de origem do Palhaço do Crime de Gotham, para muitos sua origem oficial. A princípio seria uma Elseword, porém a DC decidiu colocá-la na cronologia oficial, após o enorme sucesso comercial. A HQ ganhou muitos prêmios e sepultou de vez a imagem galhofa do Batman dos anos 60, enquanto ajudou a formar a Batmania dos anos 80.

Supreme

Nos anos 90, o quadrinista Rob Liefeld, co-criador da Image Comics, convidou Alan Moore para escrever uma de suas séries mensais pelo selo Maximum Press. E em 1996 Moore assume os roteiros de Supreme com uma condição, tudo que foi feito até então deveria ser desconsiderado.

Um decisão ousada, mas que se mostrou acertada. Moore consegue criar uma história de super herói incrível que não se envergonha do seu gênero. Uma HQ que vai na contramão das histórias “sombrias” e hiper realistas, mas rasa e confusas, que transbordavam na época. Uma desconstrução da desconstrução. Fenômeno pelo qual ele se sentia responsável, visto que os criadores se diziam influenciados por seu trabalho em Watchmen. O resultado foi uma história inovadora que tece belas homenagens a Era de Prata.

A história se tornou um sucesso e conquistou um lugar cativo no coração de muitos fãs. O resultado foi tão positivo que as HQs do próprio Superman foram influenciadas pelo tom retrô de Supreme.

Do Inferno

Dez anos! Foi o tempo que levaram para concluir essa obra prima da nona arte Alan Moore e o desenhista escocês Eddie Campbell. E a demora valeu a pena.
A história superlativa, tanto em número de páginas (qause 600) quanto em questão narrativa, trata dos crimes cometidos por Jack, o Estripador na Inglaterra vitoriana.

Mas a HQ transpassa os próprios crimes, brincando com diferentes gêneros e propondo vários debates morais. Pode não ser uma das leituras, mais fáceis da lista, mas vale a pena o esforço.

No Brasil a Editora Veneta venda a obra, que pesa quase 1,7 kg, pela bagatela de R$140,00 (conforme conferido no site da editora na data de escrita deste artigo).

A Saga do Monstro do Pântano

Após publicar Miracleman, pela Warrior, Alan Moore foi lançado ao estrelato. Então em uma história um tanto cômica o editor Len Wein ligou para o escritor britanico convidando-o para trabalhar na HQ “A Saga do Monstro do Pântano“.

Reza a lenda que a editora estava insatisfeita com o resultado comercial da história e estava prestes a cancelá-la quando Moore entrou na jogada, talvez até por isso o roteirista encontrou tanta liberdade criativa. O que valeu a pena, pois Moore não só repete seu trabalho reinventando um personagem clássico dos quadrinhos, mas aproveita a mídia ao seu máximo. Inovando nas histórias e temáticas e desafiando so limites da nona arte, estabelecendo uma outra relação de terror entra a criatura dos pântanos e o leitor.

A Saga durou 45 edições, uma mais fantástica e viajada do que a outra, e remodelou os quadrinhos para sempre.

Watchmen

Watchmen é um minissérie escrita por Alan Moore e desenhada por Dave Gibbons. Publicada originalmente entre junho de 1986 e terminou em outubro de 1987. Se tornou um sucesso de crítica e pública, sendo considerada por muito a mais famosa obra do autor britânico.

A trama faz críticas aos quadrinhos, ao gênero de super herói e a política norte-americana, especialmente ao presidente Nixon. A série faturou vários prêmios do mercado, se tornou uma das mais vendidas de todos os tempos e ganhou diversas reimpresões ao longo dos anos. Além de produzir efeitos no cenário de quadrinhos do mundo todo até os dias de hoje.

No Brasil a Panini faz a distribuição da graphic novel em capa dura.

O que aconteceu ao Homem de Aço?

Após o término do megaevento Crise nas Infinitas Terras em 1986, o Universo DC nunca mais seria o mesmo. Tão pouco seriam seus personagens. A Era de Prata dos quadrinhos foi encerrada e a editora resolveu reformular a grande maioria dos seus personagens, incluindo o Superman.

Não sem antes dar uma história final ao herói Pré-Crise. A oportunidade foi oferecida a Jerry Siegel, co-criado do personagem, contudo, este encontrava-se impossibilitado de escrever a história. Quem seria o substituto ideal para essa missão se não Alan Moore, que na época estava em seu auge pela DC. Surge então a belíssima “O Que aconteceu ao Homem de Aço?“.

Uma história emocionante e muito respeitosa com o que foi e o que representou o Superman para o mundo, dentro e fora dos quadrinhos. O final digno de uma grande Era.

Promethea

Ao longo de sua vida Moore se aproximou cada vez mais do misticismo, tanto que é um mago profissional. E em Promethea isso fica evidente.

A HQ criada por Alan Moore e J. H. Williams III e publicada originalmente entre 1999 e 2005 é simplesmente sensacional. A trama narra a história de Sophie Bangs, uma estudante universitária em uma versão futurista de Nova York que após uma entrevista para um trabalho da faculdade se vê de frente com Promethea, uma entidade que incorpora a imaginação humana.

O roteiro é ao mesmo tempo simples e complexo e o quadrinhos pode ser lida em “camadas”. Os mais aventureiros podem mergulhar de cabeça nos conceitos filosóficos e questionamentos da história, enquanto quem só busca por uma diversão despretensiosa encontra nas páginas de Promethea uma ótima história recheada de heroísmo e magia.

No Brasil a Panini lançou a história em dois volumes de capa dura.

V de Vingança

V de Vingança foi um dos trabalhos mais árduos do roteirista. Não só por sua trama complexa, mas porque demorou anos para ser finalizada. A HQ começou a ser publicada originalmente em 1982 ainda em preto e branco pela editora inglesa Warrior, contudo no ano seguinte a editora declarou falência e a obra foi deixada inacabada. Até o ano de 1988, quando a DC decidiu finalizar a série, agora com cores.

A história é escrita por Moore com desenhos de David Lloyd e narra a história de um futuro distópico (para nós um passado), onde um regime fascista se instaura na Inglaterra e cabe ao herói mascarado conhecido apenas como V despertar a população para uma revolta com o intuito de restaura a liberdade no país. A trama traça críticas duras à mídia, ao governo neoliberal de Thatcher, primeira ministra na época da publicação original, mas aponta o dedo também para o leitor enquanto agente passivo de uma sociedade injusta e desigual.

A obra permanece como uma das maiores obras dos quadrinhos. No Brasil a Panini distribui a graphic novel em edição de luxo com vários extras.

Miracleman

Miracleman nasceu como um substituto para um personagem que foi por muito tempo considerado plágio, o Capitão Marvel, ou Shazam para os mais novos. Porém Moore consegue não apenas transformar o personagem em algo interessante, como reinventar suas origens de maneira brilhante. Algo que voltaria a fazer em Monstro do Pântano pela DC.

A série começou a ser publicada em 1982, pela Warrior, escrita por um até então desconhecido Alan Moore. O autor foi chamado para reinventar o personagem e suas origens para a audiência dos anos 80, entretanto o escritor entregou uma personagem que é o mesmo sem o ser, em uma trama recheada de questionamentos filosóficos e científicos.

Uma verdadeira revolução nos quadrinhos ao mesmo tempo em que presta uma bela homenagem aos quadrinhos britânicos dos anos 50. O sucesso foi tão grande que pouco tempo depois Len Wein em pessoa ligou para Moore, convidando-o para trabalhar na DC com A Saga do Monstro do Pântano. Portanto, essa é uma das 10 Hqs mais importantes do mago britânico.

No Brasil não vemos essa joia da nona arte há muitos anos, mas recentemente surgiram rumores de que a Panini iria relançar a HQ. Vamos esperar e torcer.

Mas e aí, o que achou da nossa lista de 10 Hqs do mago britânico? Lembrando que ela não está por ordem de qualidade, ou será que está? Deixa sua opinião nos comentários. Sinta-se livre também para deixar sua indicação que não consta na nossa lista.

Confira Também: Principais obras de Alan Moore por ordem cronológica

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