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Resenha Crítica – Turma da Mônica: Laços

O Floquinho desapareceu. Para encontrar seu cachorro de estimação, Cebolinha conta com a ajuda dos amigos Cascão, Mônica e Magali e, claro, um plano infalível. Turma da Mônica: Laços é a primeira parceria entre os irmãos Vitor e Lu Cafaggi com a Mauricio de Souza Produções.

Nessa graphic novel os irmãos Cafaggi reimaginam os personagens da Turma da Mônica com seus próprios traços, e nos levam junto em uma aventura cheia de emoção, lembranças e perigos. É uma ótima história capaz de fisgar o mais saudosista dos fãs da turminha, ao mesmo tempo em que consegue criar uma conexão com o leitor novato e não familiarizado com as histórias de Mauricio de Souza.

Arte

A arte é realmente algo que salta aos olhos nessa HQ. Nada é por acaso, cada quadro, cada cor, cada expressão é intencional e além disso, serve para intensificar as emoções presentes na história.

Existem momentos inclusive em que as palavras se mostram desnecessárias, como é o caso da cena de abertura, onde vemos o pai de Cebolinha chegar em casa uma caixa misteriosa. Todas as emoções necessárias estão presentes, o aconchego do lar da família Cebola, o momento instigante da chegada do novo integrante da família e o emocionante encontro entre o menino e seu futuro melhor amigo.

As cores são espetáculo a parte, saltam aos olhos. Casam muito bem aos traços, ora delicados ora divertidos, e aumentam a tensão e as encrencas, bem como criam um ar mais intimista nos momentos necessários.

História

O roteiro não possui nenhum plot twist elaborado, é bem simples na verdade, mas é nessa simplicidade que se propõe que a história brilha. Logo após o começo da história, sentimos aquele ar de familiaridade com os personagens, com a ambientação, e todo o universo da história. Vemos então mais um plano infalível do Cebolinha ir por água abaixo e eles devem correr de uma Mônica furiosa, mais um dia comum no Bairro do Limoeiro.

Ao decorrer da história temos relances e participações especiais de personagens clássicos dos gibis, como Titi, Xaveco e Maria Cascuda. O que corrobora com o ar familiar da tama. Referências à cultura nacional, como o poster do Roberto Carlos, e à própria mitologia das histórias da Turma da Mônica estão presentes – como quando as crianças fogem dos valentões e caem do morro e todos, exceto Cebolinha, perdem os calçados, uma clara alusão ao fato de nos quadrinhos de Mauricio de Souza ninguém usa sapatos, a não ser o menino.

Porém, com certeza, é nos detalhes e momentos mais íntimos que a graphic novel se sai melhor. Conseguindo passar a escala emocional e fortalecer o laço entre os personagens e entre o leitor e os personagens.

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A Turma

Apesar de ser uma releitura dos personagens clássicos, a essência de cada um deles é mantida e muito bem trabalhada. Servindo, inclusive, de motor para o enredo em determinados momentos.

O Cebolinha é o menino dos planos, Cascão não gosta de tomar banho, Magali é esfomeada, e Mônica é irritadiça, mas tem um coração enorme. Todos são exatamente os mesmo que nos lembramos, e mais são uma turma unida, isso faz toda a diferença, pois quando o cão do menino some, é a turma quem dá o suporte para que ele não fique triste demais, e é a turma que se une para, juntos, encontrarem o cachorro.

Floquinho aqui não é só o plot do enredo, ele é o que une essas quatro crianças tão diferente e os faz ser amigos em primeiro lugar.

Veredito

Turma da Mônica: Laços é uma história emocional e divertida. Que em breve vai ser adaptada para as telonas, e eu mal posso esperar para ver o resultado. E o nome cabe bem a obra, pois tudo se resume aos laços, criados e muito bem explorados.

Laços entre um menino e seu cachorro. Laços entre quatro amigos. E Laços entre um leitor e personagens que fizeram parte de sua infância. Além disso, são Laços que vão durar para sempre.

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