Site icon InduTalks

Resenha Crítica | Preacher vol 01: A Caminho do Texas

Preacher A Caminho do Texas

Preacher vol 01 é uma série de histórias em quadrinhos criada por Garth Ennis e Steve Dillon em 1995 e contou com 66 volumes mais 5 especiais e uma minissérie de 4 edições pela Vertigo.

A série foi publicada no Brasil em encadernados pela Panini, que embora sejam capa dura, não contém nada demais e nem muito material exta. Talvez a capa dura seja apenas para aumentar o preço, mas as capas de Glenn Fabry ficam muito bonitas nesse (em qualquer outro) formato.

Nesse texto vamos falar sobre o primeiro desses encadernado da Panini, intitulado A Caminho do Texas, nome do primeiro arco, e reúne as edições de #01 a #07 de Preacher Vol. 01.

Roteiro e trama

Garth Ennis, mais conhecido pela polêmica HQ “The Boys“, pode não ser o maior gênio da indústria de quadrinhos, mas é bem competente e criativo.

O autor cria personagens cativantes e curiosos, não tem como não ficar interessado no irlandês Cassidy. O roteiro de Ennis também é competente, entregando em cada edição apenas o suficiente para te manter interessado na história.

A trama de Preacher vol 01 avança de maneira acelerada em cada página e logo na primeira edição temos a revelação do enredo principal da série, uma entidade sobrenatural chamada gênesis fugiu do Paraíso e possui o ministro desiludido com a fé, Jesse Custer.

Se isso não fosse o bastante o próprio Criador abandonou os céus e largou suas criações a própria sorte. Agora o possuído Jesse Custer, ao lado de Cassidy e Tulipe, uma ex-namorada, deve caçar Deus em pessoa pelo sul dos Estados Unidos. Tudo isso enquanto são perseguidos Santo dos Assassinos, um matador imortal no melhor estilo vilão de faroeste.

Todo o clima sobrenatural e ar de Velho Oeste que Ennis consegue transmitir em seus roteiros fazem dessas uma das melhores e mais WTF histórias do início do selo Vertigo.

Artes

As artes de Steve Dillon não são de outro mundo, nem geniais, mas são muito bem feitas e só deixam a história melhor. Tudo isso é coroado pelas cores de Matt Hollingsworth.

Os desenhos e as cores deixam a história mais dinâmica, além de conferir a ambientação todo o ar de faroeste que já comentamos. O que só fica melhor nas cenas de bang-bang envolvendo o Santo dos Assassinos.

A polêmica pela polêmica ou tem algo a mais?

A história para além do clássico tiroteio e roda-trip pelo Texas, faz várias críticas ao american way of life e ao Cristianismo e práticas vazias e hipócritas de alguns fiéis.

Além disso muito em alguns momentos geniais consegue expor o ridículo esteriótipo de homem machão, que é machista e homofóbico. Expondo como isso muitas vezes está ligado a um desejo sexual enrustido. Claro que esses momentos são bem chocantes e muitos consideram apelativos.

O que muitos apontam como um traço falho na escrita de Ennis. Alguns leitores o rotulam como apelativo, usando palavrões e violência explícita apenas para chocar a audiência. Há quem o compare aos adolescentes que aprenderam a falar palavrão e soltam um acada duas frases apenas para parecer descolados.

Tudo isso é questão de interpretação. Garth Ennis pesa a mão as vezes? Sem dúvida! Quem já leu The Boys sabe disso muito bem. Mas, isso faz dele um roteirista ruim, ou de Preacher uma série sem conteúdo? Muito pelo contrário.

Confira Também: Top 05 Histórias em quadrinhos da Vertigo

Exit mobile version