Alien é uma franquia de filmes de terro/ação muito popular, talvez a mais popular na temática alienígenas. Contudo, como toda franquia, tem seus altos e baixos. Por isso, nesse post eu vou dizer o que eu acho que funcionou. Na minha humilde opinião, é claro!
A franquia Alien teve início com o longa Alien, o Oitavo Passageiro (1979), dirigido por Ridley Scott e distribuído pela 20th Century Fox. De lá pra cá saíram mais três continuações diretas, fora dois filmes prequels, fora dois filmes crossover com o Predador, quadrinhos, livros e videogames.
O que funcionou e o que não funcionou na Franquia Alien
Mas, uma franquia desse porte não teria apenas coisas boas, não é mesmo. Portanto, eu separei aqui uma análise da franquia de filmes, pontuando o que eu considero os pontos altos e baixos.
Alien: O Oitavo Passageiro (1979): um bom filme
Alien: O Oitavo Passageiro é o filme original que deu o pontapé inicial a toda a franquia, lançado originalmente em 1979. O filme tem direção Ridley Scott e, além de ser responsável pelo sucesso inicial da franquia, elevou a carreira de Sigourney Weaver, que conquistou sucesso internacional após protagonizar o longa.
A história acompanha a tripulação da nave espacial rebocadora Nostromo, que está voltando do planeta Thedus para a Terra. Mas, no meio do caminho eles recebem um sinal de socorro de um planetoide. Eles decidem ir até a origem do sinal oferecer ajuda. Enquanto a equipe investiga o local, um misterioso ser ataca um dos tripulantes. O que parecia ser um ataque isolado se transforma em um terror constante, pois o tripulante atacado levou para dentro da nave o embrião de um alienígena, que não para de crescer e tem como meta matar toda a tripulação.
Na minha opinião, o filme funciona como um terror psicológico. E funciona muito bem, diga-se de passagem. Afinal, o que assusta não é o alienígena em si, as sim o perigo que ronda a espreita invisível. Até porque, durante boa parte do filme não vemos a criatura e mesmo quando o visual do Alien finalmente é revelado, ele ainda se esconde nas sombras. Ou seja, o que não vemos é muito assustador.
Além disso, o filme também não perde tempo tentando explicar demais a origem da criatura. O que importa é que ele é perigoso e sanguinário. O que reforça outro ponto que faz o filme funcionar como um terror psicológico: o filme é claustofóbico.
Não há espaço para correr, é possível apenas se esconder, mas mesmo isso é só uma solução temporária. Pois, a criatura pode te achar a qualquer momento. E isso é angustiante. E isso dá medo. Esse é o grande trunfo dessa hsitória. Ela dá medo.
Aliens, O Resgate (1986): um filme esquecível
Com o sucesso do primeiro filme, é claro que o estúdio encomendaria uma sequência. E foi o que aconteceu. Sete anos depois do longa original, estreou a sequência. Aliens, O Resgate é o segundo filme da franquia, mas dessa fez a direção ficou por conta de James Cameron, que também coescreveu o roteiro. A história é uma continuação dos eventos ocorridos no primeiro filme.
Após 57 anos em hipersono, Ripley acorda a bordo de uma estação espacial médica orbitando a Terra. Ela relata os eventos do Nostromo, mas seus superiores na corporação Weyland Yutani, que agora começou a terraformar e colonizar o planetoide do primeiro filme, não acreditam nela. Quando o contato com a colônia é perdido, Ripley é persuadida a acompanhar um esquadrão de fuzileiros navais para investigar. Eles descobrem que os colonos foram exterminados depois de serem instruídos pela empresa a proteger o navio abandonado relatado por Ripley. Há apenas um sobrevivente, uma garota chamada Newt. Os alienígenas superam amplamente e rapidamente dominam os fuzileiros navais, que lutam pela sobrevivência. Apenas um punhado, incluindo Ripley e Newt, escapam.
A produção até tenta surfar no sucesso do primeiro filme, mas sem sucesso, tornando-se um filme bem esquecível, pra ser honesto. Para mim o principal problema do filme é que toda a aura de mistério e suspense do primeiro filme se foi. Justamente porque o primeiro filme revelou completamente o visual da criatura. Então, não sobra muito mistério. Afinal, nós já sabemos como ela é.
Portanto, é preciso substituir esse mistério por outra coisa. O diretor até tenta trazer uma aspecto mais de ação da ficção científica, um elemento familiar a Cameron, que nessa época já havia feito O Exterminador do Futuro. Porém é aí que a história derrapa e o filme fica aquém. Então pra mim, esse filme não é lá grandes coisas, derrubando um pouco a qualidade da franquia.
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Alien 3 (1992) é uma tentativa
Não demorou nada pra Fox enxergar Alien como uma mina de ouro e transformar a franquia num verdadeiro caça níqueis. Afinal, os dois primeiros filmes foram sucesso de pública e crítica, fazendo excelentes números de bilheterias e ganhando vários prêmios Oscars.
Então, em 1992, chegou aos cinemas do mundo todo Alien 3. Dessa vez com David Fincher como diretor. A história, no entanto, é uma continuação direta do segundo longa da franquia.
Apesar de ser uma continuação direta, logo no início o filme parece querer se livrar do peso da franquia, matando todos os personagens anteriores, exceto a protagonista. Faz isso para ganhar liberdade criativa, o que resultou em um ponto positivo.
Veja bem, para mim o primeiro filme funcionou, pois é um terror mais psicológico. A tensão e o suspenses são construídos com base no que não é visto. Agora, quando o visual da criatura é revelado, essa magia acaba. Tudo bem, eles precisavam entregar o visual em alguma momento. Afinal, o Alien é o vilão principal. E eles fazem isso muito bem, pois o visual é incrível e memorável. Além disso, os efeitos visuais são tão bons que ganharam Oscar.
Mas de qualquer forma, o que fez o primeiro filme funcionar já não era possível de ser replicado. Tanto é que o segundo filme tenta substituir isso por ação. O terceiro mergulha mais ainda nisso e tenta algo totalmente novo.
Alien 3 é um filme de prisão. Um filme de prisão no espaço. O que torna a direção de Fincher muito visível. E isso é algo inteiramente novo pra franquia. Um ponto positivo, pois ele se arrisca, tenta algo novo. Agora, justamente por isso, ele destoa do resto da franquia. Por isso eu entendo alguns fãs torcerem o nariz.
Mas, pra mim valeu a tentativa. Porém, eu reconheço: como um filme de prisão no espaço, é bem legal; enquanto parte da franquia Alien, nem tanto, realmente.
Alien vs Predador: esquece isso, aspira!
Quem disse que só a Marvel tem Universo Compartilhado nos cinemas? As franquias Alien e Predador já haviam se encontrado nas telonas bem antes do UCM.
E sejamos honestos, quando surgiu, a ideia parecia legal, apesar da discrepância entre as duas franquias. Afinal, embora ambas tratem de serem extraterrestres, a franquia Alien sempre teve um tom de suspense e de terror. Enquanto que a franquia Predador sempre foi muito mais focada na ação, até por ter Arnold Schwarzenegger estrelando o primeiro longa. Além disso, o visual dos dois ETs eram muito bons. Ou seja, era até razoável você querer que eles se encontrassem.
E vá lá, o primeiro filme até serve como um entretenimento legal. Se você tiver duas horas sobrando até vale a pena investir no longa. Sem contar que é um filme que se propõe a expandir a mitologia das duas franquias, apesar dos pesares. Mesmo que o roteiro dê umas barrigadas aqui e ali, ainda há uma uma história que até tenta explicar como as duas criaturas se conheceram.
Agora o segundo filme é completamente esquecível. Então, talvez o melhor seja só esquecê-lo mesmo. Afinal, é um filme chafurdado em clichês e que não consegue nem expandir a mitologia nem ser uma boa história. Roteiro fraco, atuações ruins e uma cara de filme caça-níquel fazem dessa produção uma totalmente ignorável.
Alien – A Ressurreição (1997): Às vezes é melhor deixar uma franquia morrer mesmo
Sério, que filme ruim! Lançado 16 anos após o primeiro filme da franquia, Alien – A Ressurreição tenta ser uma revitalização, mas só consegue afundar a franquia.
Numa espécie de revival focado mais no lado syfy da obra, a produção traz novamente Sigourney Weaver no papel da tenente Ripley, só que dessa vez como um clone do futuro. Além disso, o clone tem sangue de Alien e, bem, é tão confuso quanto parece. O roteiro é uma salada e a personagem de Weaver aparece totalmente descaracterizada. Isso para citar apenas os principais erros desse filme.
Portanto, essa é mais uma daquelas produções que os estúdios fazem apenas para ver se conseguem lucrar ainda mais com as franquias que já deram certo. No entanto, acaba sendo mais uma prova de que às vezes é melhor só deixar algumas franquias em paz mesmo.
Prometheus (2012): um bom recomeço
Correndo o risco de me contradizer agora, eu considero esse um bom filme. Afinal, Prometheus é uma nova tentativa de reviver a franquia Alien. Mas esse filme segue um caminho diferente de Alien – A Ressurreição. Pois, o filme explora um lado inédito da franquia.
Ao invés de ser apenas mais uma continuação, o longa se propões a explorar o passado da saga. É uma obra de ficção científica daquelas clássicas, que usa do gênero para debater questões importantes e seculares da raça humana. De onde viemos? Quem nos criou? Existe algo parecido com Deus?
E tudo isso é costurado com um trama envolvente e personagens novos que são tão bons quanto os atores que os interpretam. Destaque para o androide David, vivido magistralmente pelo brilhante Michael Fassbender. Claro que o filme não é imune à críticas. Mas pra mim isso se deve ao fato de que a premissa é tão boa, que o desenvolvimento, mesmo que bom, acaba ficando aquém.
Alien: Covenant (2017): um filme ruim
Alien: Covenant (2017) é mais um daquelas continuações que não conseguem manter o padrão do primeiro filme. Claro, Prometheus (2012) deixa muitas pontas soltas e perguntas em aberto. O que faz com que uma continuação seja óbvia.
Porém, Alien: Covenant (2017) não dá conta do recado. O filme tenta ser muito rebuscado, explicando demais, mas acaba só confundindo a audiência e termina por não explicar nada. Além disso, ele tenta surfar na onda dos elementos que deram certo no primeiro filme, enquanto tenta consertar o que deu errado, e no final fica uma bagunça.
Alien: Romulus (2024): O que esperar?
Alien: Romulus (2024) é mais nova aposta para mais uma vez revitalizar a franquia Alien. Dessa vez a aposta é da Disney, após a casa do Mickey Mouse comprar a Fox de porteira fechada. Mas, o que esperar dessa nova produção?
Bom, pelo trailer a produção escolheu ir pelo caminho seguro. Visualmente parece beber da fonte do filme original de 1979, o que é uma boa escolha. Afinal, os elementos que fizeram o primeiro ser um clássico parecem estar todos presentes. Com relação ao tom o trailer nos apresenta um filme mais sombrio, caindo pro suspense. O que também se alinha com o longa original.
Além disso, como não dá mais pra usar o efeito do desconhecido, pois todos já conhecemos o visual assustador da criatura, a obra insere elementos de ação na trama, na tentativa de causar o mesmo impacto.
No final parece ser uma revitalização do filme original para introduzir a franquia para novos espectadores. Agora, se dará certo só o tempo irá dizer.
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Valdirzera é definitivamente um dos autores do InduTalks. Fez filosofia, mas se formou em Publicidade e Propaganda. Adora quadrinhos, livros, série, filmes e todo tipo de nerdice. É apaixonado por produção audiovisual e sonha em um dia dirigir um longa metragem.