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Assista Patrulha do Destino, pelo amor daquilo que você considera sagrado

Assista Patrulha do Destino

Sim, caro leitor: Assista Patrulha do Destino, você não vai se arrepender.

Há exatamente dois anos, em abril de 2017, a Warner anunciou que lançaria uma plataforma de streaming focada nas propriedades da DC. Pouco mais de um ano depois, setembro de 2018, é lançado o DC Universe, a plataforma prometia ser inovadora, nela você não só assistiria seus filmes e séries de Mulher Maravilha, Batman, Superman e cia, você poderia ler seus quadrinhos onde quisesse, sem falar na outras opções que o serviço oferecia.

Lembro do alvoroço na época, não só do anúncio como também do lançamento. Aliás, tudo que envolve o selo DC nos últimos anos vem causando um barulho grande dos fãs. Muitos vieram à internet reclamar que um serviço especializado na DC seria um tiro no pé, e que ninguém se importava, seria melhor fazer um streaming com todas as obras que a Warner possui os direitos, em suma que o estúdio deveria copiar a casa do Mickey com seu Disney+.

Titans

O alvoroço não diminuiu com os anúncios das produções originais, Titans que o diga. Ah, as reclamações sobre o visual do Mutano e da Estelar! E quando liberaram o trailer? “Destruíram o Asa Noturna.” “Ele não é violento desse jeito. ”Parece mais o Jason Todd.” Afirmações como essa estavam em todas as seções do comentários do mundo nerd. Ou seja, não preciso nem dizer o que aconteceu quando a série estreou.

Titans estreou e foi um sucesso. Não só isso, mas também elevou o patamar de série de super herói, semelhante ao que Demolidor havia feito na Netflix três anos antes. Além disso, nessa mesma série fomos apresentados aos integrantes de Patrulha do Destino, equipe que rapidamente cativou os fãs e nos deixou ansiosos para o lançamento da série solo dos X-Men da DC.

Patrulha do Destino

E a atração não decepciona em momento algum. Titãs levantou um bola que Patrulha do Destino carrega suavemente. A série possui personagens extremamente complexos, mas que são muito bem trabalhados pelo roteiro. Todos poderiam segurar uma série solo tranquilamente, porém a dinâmica entre eles é o que torna a série interessante.

Todo mundo é ferrado de algum jeito, cada um carrega os próprios demônios, e isso os transforma em uma equipe disfuncional, não é a clássica história de super equipe que estamos acostumados. A aparência dos “heróis” ajuda muito nessa caracterização, a fisionomia bizarra de todos é só um reflexo de como eles são por dentro. Em suma, são personagens desajustados tentando sobreviver a cada dia.

Contudo, não é só nisso que Patrulha do Destino subverte o super herói. Enquanto Titans tem uma proposta “adulta” que aborda a violência extrema, Doom Patrol trabalha temáticas muito mais psicológicas e filosóficas. Os próprios personagens já são conceitos interessantes, o Cliff é um cérebro numa lata; Jane possui 64 personalidades em decorrência de algum trauma do passado, e cada personalidade possui um super poder; Larry divide o próprio corpo com uma entidade que nem ele entende muito bem, o Espírito Negativo.

Leia também: Resenha Crítica – Patrulha do Destino: Primeira Temporada

Sério, assista Patrulha do Destino

E no meio de tudo isso os produtores conseguem encaixar temas tão delicados quanto importantes, como a representatividade, aceitação e preconceito. Isso é muito evidenciado no último episódio lançado (até agora). O episódio 8 da primeira temporada, intitulado Danny Patrol, apresenta Danny, a Rua (Danny, The Street), isso mesmo um rua senciente não-binária. Como se a série já não fosse fora da caixinha o suficiente.

Esse episódio é interessantíssimo, pois trabalha o conceito de que ninguém deve se sentir infeliz na própria pele. Danny serve de santuário para os marginalizados e excluídos da sociedade, um lugar onde eles podem ser livres, sem medo, sem precisar esconder quem realmente são. Um lugar que poderia existir no mundo real. Mas o mais legal é que o “coração” de Danny é o “Peeping Tom’s Perpetual Cabaret” uma boate que precisa funcionar 24 horas senão Danny morre.

Além disso tudo o episódio ainda traz um momento musical muito bom, não só pela música ou pela mensagem, mas também pela carga emocional e o desenvolvimento do Homem Negativo. Enfim, sem querer dar muitos spoilers, assistam a cena.

É uma cena emocionante, no mínimo.

Por que eu disse tudo isso? Para provar para aqueles que duvidavam que dá pra fazer série de super herói sem ser bobinha, e dá pra ser adulto sem apelar para violência gratuito e cenas de sexo desnecessárias – apesar dessa série ter cenas violência e sexo, ela não são nem gratuitas nem desnecessárias. Sem contar que a obra é psicodélica num ponto beirando ao absurdo, sério, prepare para ter sua cabeça explodida todo episódio. Bom, não posso dizer mais nada para te convencer sem dar spoilers, mas assista Patrulha do Destino, pelo amor daquilo que você considera sagrado.

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