Confira nessa lista 04 mulheres históricas para conhecer no Dia das Mulheres e reconhecer o trabalho das mulheres.
Dia 08 de Março é comemorado o Dia da Mulher, um dia não apenas para celebrarmos a força e as conquistas da mulheres. Mas também para nos lembrarmos que foi necessário muita luta para que essas conquistas fossem alcançadas.
E para tanto nada melhor que trazermos a memória algumas mulheres que se tornaram símbolos da luta e da força das mulheres nos mais variados campos de atuação. Por isso separamos essa singela lista de 04 mulheres históricas para conhecer no Dia das Mulheres.
E já avisamos, esse é um daqueles textos que nós gostamos tanto de fazer que acabamos nos empolgando. Então, sim, preparem-se para um textão. Mas no final vai valer a pena!
Marie Curie
Se hoje em dia já é difícil para as mulheres ingressar na ciências, imagine no século XIX. Ainda mais numa Rússia czarista, onde às mulheres não era permitido qualquer grau de educação formal.
Mas isso não impediu a polonesa Marie Curie, que com o incentivo da família, principalmente de seu pai que a ensinou física e matemática, ela conseguiu se formar em Física na Faculté de Sciences de Paris. Depois disso a moça revolucionou o mundo das ciências descobrinda a radiotivada, bem como seus efeitos para o tratamento de doenças, a radioterapia e radiografia.
A cientista também descobriu, ao lado do marido Pierre, dois novos elementos químicos, o polônio e o rádio. Além disso, foi a primeira pessoa a receber duas vezes o Prêmio Nobel, um em Física em 1903 e o outro em Química em 1910. Marie Curie também foi bem transgressora em seus anos de formação, tendo diversos grupos de estudos clandestinos para poder estudar e promover o conhecimento principalmente entre as mulheres.
A vide de Marie inspirou outros cientista e rendeu inclusive um filme bigráfico intitulado Radioactive (2019), dirigido por Marjane Satrapi e com Rosamund Pike no papel principal. Portanto, Curie mais do que merece um lugar nessa listinha de 04 mulheres históricas para conhecer no Dia das Mulheres.
Frida Kahlo
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, mais conhecida como Fhrida Kahlo, foi uma pintora mexicana que quebrou paradigmas e estereótipos nas artes e no padrão de beleza direcionado às mulheres.
Sua vida foi marcada por doenças e tragédias pessoais. No entanto a pintora conseguiu usar esses momentos tristes para renovar sua arte e inspirar gerações inteiras. Sua arte, principalmente seus autorretratos, carregam um estilo própria e narram muito de sua vida.
Alguns artistas e autores classificam seu trabalho como surrealista, contudo, a própria Frida rechaçou essa classificação. “Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade“. Disse a artista uma vez.
Frida Kahlo morreu tragicamente aos 47 anos. Mas sua obra e sua militância a tornam atemporal e um símbolo feminista para todas a gerações seguintes.
Simone de Beauvoir
Muitas pessoas argumentam que a história da filosofia, apesar de buscar ser universal e racional, muitas vezes tropeça em preconceitos, tais como o machismo. E se formos analisar o números de autoras clássicas em comparação ao número de filósofos estudados, podemos ver que a tradição não foi gentil com a mulheres, se quisermos ser eufemistas.
Entretanto, algumas autoras quebram essa tradição e se destacam no pensamento filosófico ocidental. Entre elas a maior talvez seja Simone de Beauvoir, importante autora existencialista. Sua obra mais conhecida, O Segundo Sexo, é uma obra seminal para o feminismo, para a filosofia política e para as discussões de gênero.
A filósofa nasceu em Paris, em 1908, e se formou em matemática no Instituto Católico de Paris e em filosofia na Universidade de Sorbonne. Além disso, foi revolucionária em muitos aspectos, inclusive no conjugal, mantendo um relacionamento não monogâmico com o também filósofo Jean Paul-Sartre.
A obra de Simone de Beauvoir é ainda atual e indispensável para qualquer um que deseja se debruçar sobre os padrões de gênero socialmente construídos. Afinal, a própria autora já dizia: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”.
Lélia Gonzales
Lélia Gonzales nasceu em uma família humilde de Belo Horizonte, Minas Gerais. Após a morte de seu pai, sua família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde Lélia pode completar seus estudos.
Graduou-se em História e Filosofia pela Universidade do Estado do Guanabara e segui carreira acadêmica, fazendo mestrado e doutorado. Posteriormente dedicou-se a licenciatura, dando aulas no Ensino Médio e chegando a ser professora universitária pela PUCRJ.
Mas, sua principal contribuição foi no campo da política. Além de fazer de suas aulas um prolífero campo de debate e ação política, Lélia também foi uma importante representante dos movimentos negro e feminista no Brasil. Foi pioneira nos estudos sobre Cultura Negra no Brasil e co-fundadora do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro e do Movimento Negro Unificado.
Seus escritos ainda guardam um poder revolucionário muito forte e ela segue como um símbolo para todos que lutam contras as opressões num país tão marcado pela desigualdade e violência como o nosso.
Menção Honrosa: Marielle Franco
Quem matou e quem mandou matar Marielle Franco? Essa é uma pergunta que está há mais de mil dias sem respostas. Um crime político que choca qualquer ser humano com coração e que luta por um futuro melhor.
Mas não diminui a esperança e a garra daqueles e daquelas que se inspiram no legado da vereado carioca. Mãe, lésbica, negras e periférica. Marielle nunca deixou que as adversidades ou os perigos a impedissem de sonhar e lutar por um Brasil melhor para todos e todas, independente de cor, religião ou orientação sexual. Ela segue como um símbolo para não nos calarmos diante das opressões, para sempre nos posicionarmos ao lados dos oprimidos e nunca deixar que o medo cale nossa voz. Marielle presente!
Eu sei, eu sei. A lista de mulheres históricas terminou com um cunho político muito forte. E provavelmente tem gente pensando: “hey, esse não era pra ser um site nerd de cultura pop? Nada a ver misturar com política!” Para esses nós dizemos, se você não se ligou que essa data é política você não entendeu nada.
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