Resenha Crítica – GoT: The Long Night

A última temporada de Game of Thrones chegou para abalar as estruturas de Westeros. O terceiro episódio, The Long Night, teve a duração um pouquinho estendida e trouxa batalhas de proporções jamais vistas a série. Mas será que é tudo isso mesmo? Vem comigo que eu te conto.

Já fizemos uma análise do segundo episódio, e chegou a hora do terceiro, então vamos nessa. Porém, cuidado há muitos spoilers a frente (afinal já faz dois dias que lançou, você já devia ter arrumado seu torrent), portanto siga por sua conta e risco, ou vá assistir depois volte aqui.

Tensão Pré Guerra

Resenha Crítica - The Long Night

O último episódio nos deixou no exato momento que a batalha de Winterfell está para começar. Esse momento serve de ponto de partida da narrativa de “The Long Night”. Vemos personagens importantes correndo de um lado pro outro, feições preocupadas. Tudo pra criar um clima mais soturno.

O legal é que personagens que pareciam durões se mostram covardões, e personagens que você não dava nada pra eles se mostram os mais corajosos. “O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas o que conquista esse medo.” (Nelson Mandela).

A iluminação escura ajuda nesse momento. Pois criar um ar tenebroso em volta do castelo, e ajuda a entender os personagens que estão prestes a viver a maior batalha de suas vidas. Ela vai ser um problema mais pra frente, mas deixemos isso de lado por enquanto.

Lutinha Top

Resenha Crítica - The Long Night

Após a preparação é hora do fight pra valer. Antes de mais nada a Melisandre surge do além e taca fogo nas foices do dothraki (Marx ficaria orgulhoso), que partem na infantaria. E aqui a coisa fica séria.

No meio da noite escura vemos apenas pontos de luz, como estrelas no céu. Ao primeiro contato com o exército de mortos vivos as luzes vão sumindo rapidamente, até só haver trevas mais uma vez. É só então que percebemos o tamanho do exército do Rei da Noite. Digo, sabíamos desde o começo que eles estava aumentando suas tropas, mais não tínhamos ideia da quantidade de zumbis do lado dele.

Nesse momento Daenerys perde as estribeiras, pois testemunha o exército dothraki ser massacrado. A loira monta seu dragão e sai tacando fogo em tudo que vê pela frente. O plano de aguardar o rei da noite já era. E a porrada come solta.

Agora sim a iluminação passa a ser um problema, em alguns momentos é quase impossível decifrar quem está lutando, quem está morrendo, onde está se passando cada luta. Isso aliado aos jogos de câmeras por vezes confusos, torna-se um problema para o entendimento da batalha, visto que gera uma certa confusão visual.

Os produtores afirmaram que isso foi uma estratégia para tornar o episódio mais realista, afinal na guerra de verdade tudo é muito rápido, confuso e escuro. Porém alguns fãs insinuaram que seria uma artimanha para que não notássemos os erros do CGI. Não sei quem está certo, não sei se importa também.

O fato é que a fotografia atrapalhou um pouco aqui, mas no geral a sensação de guerra, morte e desespero é bem retratada. Tanto no campo aberto, quanto na cripta, onde os que não podem lutar se escondem.

Mas sem dúvida nenhuma o melhor momento da batalha é luta entre os dragões. É emocionante, radical e desesperador ver o Rei da Noite montado no dragão quase vencendo Jon e Daenerys.

Mortes, que mortes?

Resenha Crítica - The Long Night

Um outro fator negativo também é o fato de não morrer nenhum personagem importante. Sim, eu sei que isso soou meio sádico. Contudo, Game of Thrones é uma série que desenvolveu com a premissa de que você não deve se apegar a nenhum personagem, já que ninguém é intocável e todos podem morrer a qualquer momento da maneira mais brutal possível.

E a Batalha de Winterfell era pra ser uma das maiores e mais dramáticas da série, porém a morte mais impactante foi a da Lyanna Mormont. Pelo menos a menina morreu de maneira digna, a menor guerreira matou a maior fera.

Fora ela eu lembro apenas de Jorah, Ed e Beric Dondarrion, que foi ressuscitado várias vezes apenas para ser comido pelos mortos vivos.

Talvez se alguém do salão do vinho, onde o Podrick canta uma bela canção no último episódio, tivesse morrido a temporada fosse mais impactante. Acredito que estão guardando alguns personagens para a batalha contra a Cersei.

Suspense?

Suspense em The Long Night

Não foram só pontos negativos esse episódio. Algo que foi muito bem trabalhado foi o suspense. Isso mesmo. As cenas que se passam dentro do castelo são angustiantes. Ayra correndo se esgueirando numa sala para despistar os zumbis ou correndo pelos corredores por sua vida foi de tirar o fôlego. Dentro da cripta quando os mortos vivos começam a invadir também.

Os roteiristas disseram que não queriam que o episódio fosse focado na batalha, afinal isso fica chato em determinado momento. Além de desejar que a história fosse muito do ponto de vista dos personagens. E a saída que eles encontraram foi excelente.

Quando se passa em campo aberto, temos a sensação de agorafobia, já nas cenas dentro do castelo, a sensação que fica é claustrofobia, quase como se as paredes fossem se fechar.

Bran x Rei da Noite

Bran x Rei da Noite

Quando o plano vai pro brejó, Jon Snow percebe que terá que salvar Bran no improviso, e corre ao auxílio do irmão. Porém na clareira, onde se encontra o atual Corvo de Três Olhos, estão Theon e alguns homens que lutam bravamente, até serem aniquilados é sobrar o caçula Greyjoy. Enquanto Bran wraga em alguns corvos e vai pra Deus sabe onde. – Não sério, pra onde esse moleque foi nessa hora?

Porém no campo de batalha, o Rei da Noite cai do dragão, leva um dracarys da Khaleesi, mas só sai chamuscado, não morre. Ele derruba Daenerys, convoca um novo exército de zumbis para atrasar Jon Snow, e segue desimpedido atrás de Bran Stark.

O momento do encontro do Corvo de Três Olhos com o Rei da Noite é fenomenal. Que é coroado com o Bran mandando um “muito obrigado!” pro Theon que sacrifica de maneira burra e heróica.

Jon Snow até tenta chegar na cena, mas é encuralado por Viserion, o dragão branco de olhos azuis, com seu fogo de gelo, e só pode se proteger para não morrer.

Arya rainha o resto nadinha

Arya rainha o resto nadinha.

Em algum quarto de Winterfell estão escondidos Cão de Caça e Ayra. Quando os dois se deparam com a Mulher Vermelha. Que cena!

Nesse trecho estão as melhores linhas de diálogo para os fãs da pequena Stark. Melisandre diz “o que dizemos para o deus da morte?” E a garota responde: “hoje não!” Aí elas debatem sobre as cores do olhos das vítimas de Ayra. Verdes, marrons e azuis.

Como que num insight genial a garota descobre seu destino e corre para cumpri-lo.

É quando ela chega onde estão Bran o Rei da noite, a moça voa, mas é agarrada no ar pelo vilão. Ainda sim ela prova que é badass e desfere um golpe fatal no monstrengo, que morre instantaneamente. Sem choro nem vela. E todo seu exército e o White Walker são dizimados junto com seu líder.

Não achei forçação de barra, muito pelo contrário, é a cereja do bolo na construção da personagem. Por outro lado, vale ressaltar que o Rei da Noite vem sendo construído como a grande ameaça da série, contudo sua morte é rápida e indolor. O vilão poderia dar um pouquinho mais de trabalho para os vivos, mas ok.

Veredito:

Apesar de ter uma duração maior que os episódios padrão, em alguns momentos “The Long Night” parece corrido e confuso, além de escuro. No entanto isso não tira o mérito de ser entusiasmante e apreensivo.

As emoções que o roteiro pretende passar são bem trabalhadas, embora as mortes pudessem ser bem mais impactantes.

Em suma, “The Long Night” é episódio acima da média, cheio de ação e emoção. E que venha a Cersei.

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