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Resenha Crítica: Game of Thrones – “A Knight of the Seven Kingdoms”

O Ministério da Cultura adverte: Haverão Spoilers do episódio “A Knight of the Seven Kingdoms“, da série Game of Thrones!

O segundo episódio da oitava, e última, temporada de Game of Thrones, intitulado A Knight of the Seven Kingdoms(Uma Cavaleira dos Sete Reinos em tradução livre) é uma grande preparação em direção ao fim definitivo da série.

Sor Jaime, o Redimido.

Já começamos com Sor Jaime chegando em Winterfell e sendo interrogado pela nova rainha do pedaço, Daenerys, a belíssima Khaleesi. E a dona da p*rra toda não tem nenhuma compaixão pelo cavaleiro Lannister, nem mesmo de seu pequeno irmão que tenta defendê-lo. Afinal Jaime conta que a atual rainha, a Cersei, não tem nenhuma pretensão de deixar o cargo e passou o famoso “miguézão” em todo mundo. O que ela pretende mesmo é uma emboscada com quem ficar vivo depois da treta toda com os mortos-vivos.

Esse começo é uma tentativa de redenção do personagem de Nikolaj Coster Waldau. Uma redenção digna? Uma forçação de barra? Descaracterização do personagem ou mudança natural? Bom, isso eu deixo para vocês julgarem.

Vários reencontros e um sonzinho no salão.

Mas o fato é que, a proposta do roteiro deste capítulo é ser um grande set-up para a guerra já há muito anunciada. Talvez por isso a trama seja mais intimista, até mesmo na abertura, e se passe exclusivamente em Winterfell.

Se por um lado essa escolha nos privou de vermos Cersei, Euron Greyjoy e toda a trupe de Porto Real, por outro tivemos alguma reuniões interessantes. Algumas muito aguardadas, como Jaime e Tyrion, Jaime e Brienne, Jaime e Bran, enfim, Jaime e geral. Algumas inusitadas, como Theon e Sansa. E outras, bem trabalhadas, outras nem tanto, mas faz parte do show business.

Contudo, o destaque das reuniões vai mesmo para a rodinha de vinho que rolou num salão qualquer em Winterfell, que aparentemente qualquer um pode entrar. Na cena em questão pudemos ver Tyrion, Jaime, Brienne, Podrick (que andava meio sumido), Sor Davos e Tormund interagindo. Foram alguns bons momentos, recheados de diálogos e momentos piegas, mas no final ver Podrick soltando a garganta foi legal.

Danny, a rainha das tretas.

Já mencionamos no começo de nossa exposição o fight entre a mãe dos dragões e o cavaleiro loiro. Entretanto não foi só com esse Lannister que a loira tretou. Ela deu uma bela comida de rabo em Tyrion, que convenhamos mereceu. Afinal, essa temporada deu uma derrapada na construção do personagem. Ele era um dos mais inteligentes e sagazes de todos os sete reinos e agora se tornou uma figura carismática e vem cometendo erros bobos – poxa Tyrion, todo mundo sabe que não dá pra confiar na sua irmã. Mas tudo bem, porque Sor Jorah Mormont foi ao resgate e defendeu o Mão para sua rainha.

A Khaleesi, nascida da tormenta, quebradora de correntes, também teve uma pequena discussão com a irmãzinha do novo namorado. Danny e Sansa tiveram um pequeno arranca rabo, sem nunca perder a classe, é claro.No começo parecia que as duas iam se entender, afinal tinham um ponto em comum, ambas amam Jon Snow. Mas então elas mostraram suas verdadeiras cores. E aqui uma salva palma para a ruiva que vem se mostrando uma das personagens que mais cresceu na série. Entregando até mesmo um dos melhores diálogos do episódio: “What about the North?”

É visto que a nova rainha merece o título de Rainha das Tretas.

Arya, Sex and The City.

Um destaque especial é sem dúvida Arya Stark. Ah! Como eu amo as mulheres Stark.

A filha de Ned e Catelyn Stark cresceu diante de nossos olhos, deixou de ser uma garotinha e se tornou uma mulher. Nesse episódio ela prova que é uma mulher forte e independente. Ela cobra o ferreiro, pois quer sua arma pronta logo (o que acontece numa velocidade incrível).  Ela atira facas numa pilastra, demonstrando sua pontaria incrível. E ela quer conhecer mais uma face da morte, ao lutar contra os Caminhantes Brancos. E ela faz, bem, ela faz coisas que mulheres adultas fazem.

Não vou mentir, isso de fato me surpreendeu. Eu já vinha sentindo uma certa química entre ela e Gendry desde o episódio anterior, quando o bastardo do falecido rei Robert Baratheon chegou ao Norte. Porém ver a mocinha mandando ver com o rapaz e ainda soltando uma: “Eu não sou a Mulher Vermelha. Tire as próprias calças sozinho.” foi intenso.

Guerra, Guerra, Guerra!

Enfim, deve ser a terceira vez que eu falo que esse episódio é uma preparação. E isso fica evidente, uma vez que, a todo momento há pessoas chegando e sendo armadas, mulheres e crianças são constantemente mandadas para a Cripta, cavaleiros passam correndo e aqueles asteriscos de madeira que eu não sei o nome são construídos aos montes.

Tudo isso para criar um senso de urgência e uma atmosfera mais realista de que todos podem morrer a qualquer momento.

Sensação que é acentuada ao final do episódio quando Edd e Tormund interceptam Jon e dizem que eles têm até o nascer do Sol até que os Caminhantes Brancos e seu exército cheguem. Na verdade descobrimos que talvez esse tempo seja bem mais curto do que eles pensavam.

Danny x Jon Snow: A Treta Suprema.

Sim, sim, eu sei. Já falamos da Rainha das Tretas aqui, mas essa briga merece um tópico à parte.

No episódio anterior Jon Snow descobriu que é, na realidade, Aegon Targaryen, o filho de Lyanna Stark com Rhaegar Targaryen e herdeiro legítimo ao Trono dos Sete Reinos. E Samwell Tarly, seu bom amigo, insiste para que o rapaz conte a verdade para sua amada. Parece uma péssima ideia, certo?

Pois é. E realmente é. Isso porque quando Jon conta sobre o que descobriu, Daenerys não fica nada contente, “muita coincidência, não acha?”

E isso reforça algumas teorias, que eu estou cada vez mais inclinado a acreditar, que dizem que a Rainha Targaryen vai ficar um tanto quanto maluca igual ao seu antepassado, carinhosamente apelidado de Rei Louco.

Os dois se estranham pra valer nessa hora. Será interessante descobrir os desdobramentos dessa revelação na relação dos dois, e como isso vai impactar a já confusa Guerra dos Tronos, caso os dois sobrevivem, lógico.

O Rei Jaehaerys disse-me um dia que a loucura e a grandeza eram dois lados da mesma moeda, “Sempre que um novo Targaryen nasce” disse ele, “os deuses atiram uma moeda ao ar e o mundo segura a respiração para ver de que lado cairá.


– Barristan Selmy, p/ Daenerys

Mas teremos que esperar os próximos episódio, já que bem nessa hora, o berrante soa alto anunciado a chegado do exército inimigo e o fim do episódio.

Veja também: Game of Thrones, faz sentido esse rage todo?

Veredito:

O episódio, “A Knight of the Seven Kingdoms”, não possui nada de muito climático, fora alguns encontros e linhas de diálogo. Porém é uma grande preparação (quarta vez) para a batalha final e derradeira contra os mortos-vivos que querem uma noite sem fim. Se analisarmos por esse lado o capítulo se sai bem. O roteiro consegue ser imersivo e passar esse senso de urgência e de guerra iminente. As atuações são boas e tornam a experiência ainda mais imersiva.

É um episódio emocional acima de tudo, é como se a própria produção da série estivesse nos preparando para a inevitável despedida. E, à parte alguns momentos constrangedores e pequenas descaracterizações –  nada que estrague o episódio – é um bom capítulo. E que venha a guerra.

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