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Rei Leão: entre o coletivismo e o individualismo

Você sabe o que é coletivismo, e individualismo? É disso que vamos falar nesse texto. E o melhor usando como fio condutor Rei Leão.

Rei Leão é uma obra prima nos quesitos técnicos, mas já fizemos nossa resenha crítica e não vamos nos aprofundar muito nesse aspecto neste texto. Se você quiser saber nossa opinião sobre o filme clique aqui.

Rei Leão

O fato é que a Disney conseguiu mais uma ver fazer um filme que nos diverte e emociona. E além disso nos faz refletir, ao menos um pouquinho, sobre questões pertinentes à sociedade atual dos dias de hoje.

Quando Simba encontra Timão e Pumba, o suricato e o javali ensinam ao jovem leão uma musiquinha que é bem mais do que um simples jingle legal com um ritmo envolvente. Nas palavras de pumba: “é nossa filosofia livre de problemas.”

Sim, no momento em que os personagens ensinam seu lema Hakuna Matata ao novo amigo, eles estão propondo um debate filosófico tão antigo quanto atual. É o embate entre Coletivismo x Individualismo. Debate que ficará ainda mais evidente quando Simba tenta explicar o que aprendeu com seu pai sobre o ciclo da vida.

Coletivismo e Individualismo

Enquanto Mufasa defendia, e passava ao filho, que todos os seres vivos estão conectados em um grande círculo da vida, onde cada ação, por menor que seja, tem impacto na vida dos outros, Timão e Pumba viviam com o conceito de que “quando o mundo te dá as costas você dá as costas pro mundo“. O que você faz da sua vida só interessa a você e mais ninguém. Não existe essa de círculo, o Universo é uma linha de indiferença, onde nada está conectado com nada.

Enquanto aquele propunha uma espécie de coletivismo, estes propunham o individualismo. Mas quem está certo, afinal de contas?

Bom, não é uma resposta fácil. Para responder tal questão precisamos entender do que se trata cada conceito. Claro que não vamos entrar em detalhes, se você quiser se aprofundar no assunto procure o professor de filosofia mais perto de você.

Conceituação

Coletivismo, indica que o indivíduo não existe sozinho, como ser independente jogado no espaço-tempo, antes ele faz parte de um ou vários coletivos. Classe, religião, etnia, entre outros. Portanto, o indivíduo, suas aspirações, desejos e necessidades, nunca devem se sobrepor ao coletivo. É pautado nesse conceito que surgem questões relevantes como o racismo, afinal houve um coletivo de pessoas brancas que escravizou um coletivo de pessoas negras e isso é sentido até hoje na sociedade, daí o termo racismo estrutural.

Porém, não é só de boas intenções que vive o coletivismo. O fascismo e o nazismo também podem ser considerados formas de coletivismo, uma vez que pregavam que os indivíduos deveriam se sacrificar em nome de um ideal maior, como a Alemanha no caso do último. Porque o todo é maior que a soma das partes.

O individualismo, por sua vez, diz que a sociedade é tão somente a soma dos indivíduos que a compõe. Logo, os coletivos propriamente ditos não existem por si, são, antes, um aglomerados de pessoas, que possuem afinidades. Mas no final das contas as diferenças se sobrepõem as semelhanças. E o coletivo nunca pode, nem deve, eliminar essas diferenças. Daí surge o debate a cerca das liberdades civis e da representatividade, afinal é seu direito ser inalienável ser quem você é da maneira que você é.

Ressalvas

Contudo, tal ideologia pode levar a intolerância e egoísmo extremo. Já que se não existe nada além do indivíduo, não importa o impacto que minhas ações tenham na vida de outras pessoas, o que importa é meu bem estar. Fato exprimido na fala e ação de Timão e Pumba quando eles ficam sabendo que Scar está governando um regime tirânico. Simba, influenciado por Nala, quer voltar e lutar, já Timão e Pumba dizem que isso não importa, contanto que eles estejam “de boa“. Hakuna Matata, não é mesmo?

Antes de encerrarmos, vale fazer a ressalva de que é importante, não confundir coletivismo com comunismo ou esquerda, tampouco individualismo com capitalismo, liberalismo ou direita. Como vemos muitos fazendo de maneira apresada e superficial, até por ser um associação rápida e fácil. As ideologias políticas se apropriam dessas correntes filosóficas, é claro, para formar seu escopo teórico e prático, porém não são a mesma coisa.

Muitos filósofos já digladiaram sobre esse tema e não conseguiram chegar a um solução definitiva, então por que você acha que nós iríamos? Só para citar alguns, podemos mencionar os jusnaturalistas como Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau e o John Locke, além de alguns posteriores como Adam Smith e Karl Max, que aplicaram o conceito diretamente a temas sociais práticos, tais como a economia e a sociologia. Isso sem contar os gregos. Então, como já dissemos, se quiser saber mais sobre esse tema tão interessante, procure seu professor de filosofia.

Conclusão

O intuito desse post foi mais levantar a bandeira dessa questão retratada no novo longa da Disney, que está em cartaz em todos os cinemas desse Brasil sem porteira. E, caraca, eu não lembrava do filme ser tão profundo e filosófica, gostei!

E você o que achou disso tudo: Curtiu Rei Leão? Tem uma posição definida sobre o tema? Conta pra gente aí nos comentários.

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