Karen Berger nasceu no dia 26 de fevereiro de 1958 em Nova Iorque. E alguns anos depois se tornou uma das pessoas mais importantes dos quadrinhos mundiais. Apesar de nunca ter sido muito fã de quadrinhos enquanto crescia.
Em entrevista ao Minas Nerd Berger afirmou:
“Eu tinha lido alguns quadrinhos do Archie quando criança, Riquinho e algumas HQ de romance, enquanto meus irmãos mais velhos liam Mad.”
Primeiros Anos
Durante a faculdade a moça cursou Literatura Inglesa e História da Arte no Brooklyn College, se formando em 1979. Então, depois de formada, procurou emprego museus e revistas de arte. Contudo, foi seu amigo, o escritor J.M. DeMatteis, quem lhe apresentou a oportunidade de sua vida.
DeMatteis estava escrevendo a Casa do Mistério para o editor Paul Levitz, pela DC. Lá o amigo soube que editora havia aberto uma vaga para assistente de edição e prontamente indicou Berger.
Ao canal Syfy, Berger conta que ficou receosa em fazer a entrevista, justamente por não curtir quadrinhos. Mas decidiu se aplicar a vaga e foi contratada como assistente do próprio Paul Levitz.
Ela começou auxiliando Levitz na edição de algumas histórias como House of Mistery, Legião dos Super Heróis e Ametista. Em pouco chegou a trabalhar com o brilhante Alan Moore, na revista mensal A Saga do Monstro do Pântano, assumindo a edição após a saída de Len Wein.
Karen Berger chegou a afirmar que foi um desafio trabalhar com quadrinhos de herói, especialmente com Moore, autor que a editora chegou a afirmar que quase não precisava de edição. Contudo foi justamente esse desinteresse inicial por histórias de super-herói, que fez com que seu trabalho se diferenciasse. Ela afirma que foi graças a isso que consegui olhar para uma história e pensar: “Hey, isso é genérico, eu já ouvi isso antes! Que tal tentarmos outra abordagem?”.
Invasão Britânica
O sucesso de Alan Moore despertou na DC o interesse por novos autores ingleses, trazendo vários roteiristas da Inglaterra para os quadrinhos americanos. E foi justamente Karen Berger quem fez a ponte entre os dois países, descobrindo novos talentos no velho continente.
A moça revelou ninguém menos que Grant Morrison, Neil Gaiman, Peter Milligan, Jaime Delano, Garth Ennis e muitos outros quadrinistas no que ficou conhecido como a Invasão Britânica nos quadrinhos.
Sob a tutela de Berger esses quadrinistas revolucionaram os quadrinhos estadunidenses. O sucesso foi tão estrondoso que a DC decidiu criar um selo especialmente para a editora comandar.
Eis que surge a Vertigo
Então em sua primeira licença maternidade Karen Berger recebe um telefonema de Jenette Kahn, presidente da DC na época, perguntando se ela teria interesse em assumir como editora-chefe de um selo só seu. Oferta que Berger prontamente aceitou.
Quando a editora voltou de sua licença em 1993 tudo já estava pronto para o lançamento do selo Vertigo, que mais tarde viria a ser conhecido como a HBO dos quadrinhos.
Na frente do selo Vertigo Berger continuou a inovar editando história que se tornariam obras primas da nona arte. HQs como Preacher, de Garth Ennis e Steve Dillon, Y: The Last Man, de Brian K. Vaughan e Pia Guerra, Escalpo, de Jason Aaron e R. M. Guéra, Fábulas, de Bill Willingham e Mark Buckingham, e Sandman, de Neil Gaiman, são apenas algumas das obras que passaram pela mão de Karen Berger e ajudaram a redefinir as histórias em quadrinhos.
Em 2017 ela deixou a DC, após cerca de vinte anos no comando da Vertigo, para liderar um selo próprio na editora Dark Horse, o selo Berger Books. Em 2019 a DC decidiu encerrar o selo Vertigo.
Então, diante de tudo isso, podemos concluir que se não fosse por Karen Berger muito provavelmente os quadrinhos seriam bem diferentes do modo como os conhecemos hoje. Portanto só temos a agradecer Karen Berger.