Hoje em dia o streaming se tornou padrão em nossas vidas. Mas fica a pergunta, afinal precisamos mesmo de tantos serviços streamings?
A origem dos serviços de streaming
Se você nasceu dos anos 2000 pra frente, provavelmente você nunca teve a sensação de entrar em uma locadora, escolher o VHS do filme que você estava morrendo de vontade de assistir, ir pra casa e só lembrar da fita duas semanas depois, gerando uma multa razoável que você chorava ao atendente para não pagar. Bons tempos!
Porém isso tudo mudou com a chegada da Netflix. A empresa começou uma verdadeira revolução no método como consumimos conteúdo de entretenimento, especificamente filmes e séries, trazendo o conceito de streaming que hoje em dia estamos acostumados.
Nada mais de ficar refém da TV, aberta ou a cabo, nada mais de precisar sair de casa para escolher um filme para assistir, basta sentar no sofá e ficar três horas navegando pelo catálogo do serviço de streaming e acabar assistindo Friends mesmo.
A explosão dos serviços de streaming
Então houve o caos. A Netflix não só revolucionou o mercado como também criou uma tendência, parecida com o boom de canais fechados algumas décadas antes. As companhias tradicionais perceberam que estavam ficando para trás e decidiram entrar na onda do streaming.
Canais fechados – como a HBO, com seu HBO Go – e canais abertos – como a própria Globo, com sue Globoplay – decidiram entrar nessa brincadeira e até serviços novos como a Amazon Prime e Hulu surgiram no mercado.
Existem até alguns de nichos muito específicos como é o caso do novo serviço de streaming da Warner focado na propriedades da DC Comics, o DC Universe (que já citamos nesse artigo), a casa do Mickey e o Disney+, entre outros. Há até projeções para streaming de games da Google, o Google Stadia.
Mas isso é algo ruim? Bom, depende. Os defensores do livre mercado adoram bater na tecla de que quanto mais concorrência melhor para o consumidor, uma vez que há mais opções de escolha e as empresas são obrigadas a elevar a qualidade de seus produtos para conseguir cativar os clientes. Será mesmo?
Bem isso é um fato, as empresas de streaming vem produzindo séries e filmes muito bons, dignos de festivais e premiações. Orange is The New Black e Sex Education (ambas da Netflix) e The Handmaide’s Tale (do Hulu) são bons exemplos. Mas, no meio de tanta coisa boa há muita coisa ruim. Eu não preciso nem citar é só você navegar nos catálogos e conferir por conta própria. Claro que isso é parte do processo criativos, sempre existirão obras muito boa e obras lastimáveis, e uma infinidade meios-termos no caminho entre esses dois extremos.
Precisamos mesmo de tantos streamings?
Entretanto, eu vejo o nessa quantidade exorbitante de opções de vídeo on-demand o mesmo erro que Hollywood comete a gerações.
Peguemos o caso do Disney+ como exemplo. Quando a Walt Disney anunciou a plataforma foi um alvoroço só. Imagine as possibilidades, afinal se trata de um dos maiores estúdios cinematográficos do mundo, e suas produções são as mais marcantes. Contudo, após os anúncios das produções meu ânimo baixou legal e me acendeu uma luzinha de alerta.
Spin-offs do Universo Cinematográfico da Marvel, séries derivadas de Star Wars, séries de filmes da Pixar. Não são produtos ruins, muito pelo contrários. Mas, não são nenhum pouco inovadores. Parece a mesma fórmula que a companhia já segue nas telonas, continuações, remakes e live-actions de animações aclamadas.
Não me entenda mal. Não quero ser um hater pura e simplesmente, de modo algum. Só sinto falta da época onda Hollywood era ousado, onde a Netflix lançava séries boas e que não tinham medo de romper os limites estabelecidos.
E sim, eu sei que existem muitas produções boas e que fazem isso atualmente, Titãs e Doom Patrol estão aí para provar. Porém, uma preocupação é que logo menos teremos um serviço de streaming para cada canal e estúdio em Hollywood. Então, teremos que pagar por cada um e iremos assistir as mesmas três séries, mas pagamos a Disney+, pois queremos conferir a estreia das séries da Marvel, pagamos a Netflix, pois queremos conferir as produções que estão comentando, pagamos o DC Universe para ver mais séries de super heróis. Enfim eu não tenho bolso para tudo isso não gente, vão com calma.
E afinal, precisamos mesmo de tantos streamings?
Valdirzera é definitivamente um dos autores do InduTalks. Fez filosofia, mas se formou em Publicidade e Propaganda. Adora quadrinhos, livros, série, filmes e todo tipo de nerdice. É apaixonado por produção audiovisual e sonha em um dia dirigir um longa metragem.