Sim, o Exterminador está de volta, mas isso é uma coisa boa? Eis a minha preocupação com o novo Exterminador do Futuro.
Não é de hoje que Hollywood gosta de reciclar franquias de maneira ininterrupta. 007, Star Trek, Sexta Feira 13 e Velozes e Furiosos são apenas alguns dos exemplos.
O Novo Exterminador do Futuro
Outra franquia que irá receber mais um filme em 2019 é O Exterminador do Futuro. O sexto longa chega aos cinemas em outubro e trará de volta para a saga James Cameron, no papel de produtor, além de Linda Hamilton, como a consagrada Sarah Connor. E claro, Arnold Schwarzenegger na pele do sanguinário Exterminador.
Se juntam aos veteranos, os novatos Gabriel Luna (o Motoqueiro Fantasma de Agentes da S.H.I.E.L.D.), que viverá o grande vilão da história e Mackenzie Davis, que será a enigmática Grace. A direção do filme fica nas mãos de Tim Miller.
O trailer é empolgante, apesar de eu ter torcido o nariz para alguns efeitos (mas isso eu relevo), Miller mandou muito bem no primeiro Deadpool, James Cameron foi quem criou a franquia e só faz filmaços. Contudo há ainda em mim uma certa resistência a esse filme.
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O problema com Hollywood
Primeiro por detestar essa mania horrível dos grandes estúdios de querer sugar até a última gota de tudo. Alguns filmes são verdadeiras obras-primas que merecer descansar em paz intactos em nossas memórias. Talvez não seja o caso de Exterminador do Futuro, – não estou dizendo que é um filme ruim, mas obra-prima é um termo muito forte – porém a franquia já deu o que tinha que dar.
Foram várias continuações desnecessárias. Inúteis, ouso dizer. Algumas chegam a ser esquecíveis. Porém o dinheiro fala mais alto e eles vão lançar mais um.
Escala
Outro ponto é a escala do filme. O primeiro já foi bem ousado e as continuações não deixaram por menos. Só que a proporção desse novo longa é insana, quiçá perdendo apenas para a escalonada da franquia Velozes e Furiosos, que merece um texto a parte.
Mas aí você me pergunta, o tamanho da produção é um problema? Por si só, não. É visível o investimento maior em efeitos especiais e novas tecnologias. Sem contar o salário de Arnold Schwarzenegger que não deve ser nada barato.
No entanto, temo que o filme se perca nessa tentativa de aprimorar os fatores técnicos e se esqueça da história. Algo parecido com Velozes e Furiosos, que no começo procurava mostrar algo mais verossímil com as corridas de rua, os famosos racha, e agora se perde em carros de luxo caindo em cascata, explosões sem sentido e caras bombados saltando de prédios.
Além disso, outro fator, menor talvez, que me preocupa é o fato de Miller nunca ter dirigido nenhuma produção tão grande. Novamente, Deadpool é sensacional, contudo aquela era uma produção de baixo orçamento, foram gastos 58 milhões dólares para produzir o filme. Cifra muito abaixo dos 200 milhões gastos na produção de O Exterminador do Futuro 6. Não que isso seja um demérito do diretor, mas é um passo arriscado do estúdio. Mas, claro que todos devem começar de algum lugar e se alguém merece uma chance nas superproduções hollywoodianas, esse alguém é Tim Miller.
Mas, talvez eu só esteja sendo ranzinza – é uma possibilidade. O fato é que eu ando meio cansado de ver o cinema sobreviver (por aparelhos) de continuações, remakes e reboots. Precisamos urgente de mentes criativas que tragam novidades e produções originais. Vamos torcer para que o futuro seja brilhante a frente.
Valdirzera é definitivamente um dos autores do InduTalks. Fez filosofia, mas se formou em Publicidade e Propaganda. Adora quadrinhos, livros, série, filmes e todo tipo de nerdice. É apaixonado por produção audiovisual e sonha em um dia dirigir um longa metragem.