Sabia que a DC comprou uma porção de editoras menores para estabelecer seu domínio no mercado de quadrinhos? Então, confira uma lista com 05 editoras que a DC Comprou ao longo de sua história.
A DC Comics é sem dúvidas, ao lado da Marvel, uma das maiores editoras de quadrinhos do mundo. A editora publicou grandes clássicos da nona arte e é lar de medalhões consagrados, como Batman, Superman e Mulher Maravilha. Mas, todo esse status não veio da noite pro dia, nem é fruto do acaso. Se podemos definir em uma palavra, essa palavra sem dúvidas seria monopólio.
Afinal, é como dizia o velho Lenin, a lenda do livre mercado deu lugar a concentração do mercado na mão de cada vez menos empresas. Ele diz isso em outras, e melhores, palavras, claro. Pra saber mais leia “Imperialismo, Fase superior do Capitalismo”.
Quadrinhos: Uma história de Monopólio
Mas o fato é que a editoras de quadrinhos não fogem a essa regra, elas são na verdade um exemplo clássico disso. Veja, tudo começou como um lindo sonho editorial, os empresários começaram a ver que o negócio de imprimir tirinhas de jornais em formato de livretos era uma boa e começaram a entrar nesse mercado. De repente houve o boom do setor e do dia pra noite pipocavam editoras, títulos, revistas e diversas publicações. Então surgiu o formato consagrado até, a revista em quadrinhos, primeiro com antologias, depois com personagens inéditos. Foi uma festa danada.
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Porém, o velho russo estava certo, e de repente o que a festa virou um funeral. Com tantos títulos disponíveis, alguns foram ficando pelo caminho e editoras menores foram falindo ou sendo canibalizadas por suas rivais mais próperas. E justamente aí que entra a DC. Inicialmente National Publication, ou National Comics, a DC começa a se fundir a outras empresas do ramo e comprar as concorrentes menores.
Acrescente a isso uma série de incursões judiciais, como acusações de plágio, que levaram a decisões judiciais impedindo as outras de editoras de continuar a publicar suas histórias, e você tem a fórmula do sucesso. O resultado, portanto, foi um domínio cada vez maior no mercado de quadrinhos.
Domínio que só aumentou com o passar dos anos. Pois, a DC comprou várias editoras menores ao longo do caminho. São história de traição, de disputas empresariais, mas acima de tudo de negócios. Até porque (como já repetimos a exautão nessa longa introdução) é assim que funciona o capitalismo.
Editoras que a DC Comprou
Então, para você saber mais sobre toda essa treta que daria uma ótima série, eu separei uma lista com 5 editoras que a DC comprou na história. Não são todas, mas são as principais. Confira a lista abaixo.
EC Comics
A Entertaining Comics, mais conhecida como EC Comics, foi uma importante editora americana de histórias em quadrinhos. Talvez tenho sido a mais importante de sua época. A empresa foi fundada Max Gaines em 1944 e originalmente tinha o nome de Educational Comics.
Após a morte de Gaines, em 1947, seu filho assumiu os negócios. Foi então que a editora mudou o nome para Entertaining Comics e se tornou popularmente conhecida como EC Comics. Nessa época a empresa focava suas publicações em nos gêneros de guerra, ficção, policial e terror. As revistas se tornaram febre e vendiam como água, os títulos Weird Science, Weird Fantasy e Tales from the Crypt. Tanto que a editora se tornou sinônimo de HQs de ficção científica e terror.
O Comics Code e a censura
Porém, nem tudo são flores. No final dos anos 40, os quadrinhos começaram a cair na desgraça. Isso porque os pais já começavam a achar a nascente forma de entretenimento nocivas para as crianças, alegando que as histórias tinham potencial para deturpara a juventude. Soa familiar? O pânico moral só aumentou quando o psiquiatra Fredric Wertham lançou os artigos “Horror in the Nursery” (na revista Collier) e “The Psychopathology of Comic Books” (no American Journal of Psychotherapy) em 1948. Em 1954, Wertham publicou seu livro Seduction of the Innocent, que ajudou a espalhar ainda mais a teoria de que os quadrinhos estavam corrompendo os valores morais das crianças da América.
Então, na década de 50 surge a Comics Magazine Association of America, uma organização das editoras de quadrinhos para “regular” o conteúdo das revistas. O resultado foi o Comics Code, um verdadeiro código de conduta das HQ’s, uma auto censura do mercado. Agora imaginem o impacto disso numa editora que vendia histórias de guerra, ficção científica e terror? Pois é, as vendas despencaram e a EC quase veio a falência, junto com diversas concorrentes, das quais algumas chegaram a sair do mercado de histórias em quadrinhos.
A editora foi salva da falência completa nos anos 60, quando foi vendida para a National Periodcal Publications, empresa que nos anos 70 passaria a ser conhecida como DC Comics. Ou seja, a DC conseguiu se adequar ao Comics Code, o código de censura dos quadrinhos (muito por conta de sua estrutura empresarial, que possibilitava ao empresários e editores censurar seus artistas), e graças a isso sobreviveu a crise. Não só isso, como saiu fortalecida. Tanto que comprou os restos mortais das rivais que não quiseram ou não conseguiram se adequar aos novos tempos. Entre essas empresas estava a EC Comics. Outrora uma lenda dos quadrinhos, hoje uma nota de rodapé e relegada ao quase esquecimente dentro das gavetas das propriedades DC.
Fawcett Comics
Essa é uma história muito boa que mostra como a indústria estadunidense de quadrinhos pode ser cruel e sacana.
A Fawcett Publications foi fundada em 1919 por Wilford Hamilton “Captain Billy” Fawcett. Aliás, desse nome você já consegue extrair três coisas, o nome da empresa e da revistas mais popular (uma auto homenagem, que humilde), e os nomes do principal personagem, o jovem Billy Batson, que se transforma no poderoso Capitão Marvel, ao gritar a palavra “Shazam”. Contudo, no início a empresa concentrava seus esforços na publicação de revistas de humor.
A Fawcet Comics, uma subsidiaria da da Fawcett Publications, começou a operar apenas em 1939. No mesmo ano foi lançada a revista Whiz Comics, que já na segunda edição contou com a estreia do Capitão Marvel, posteriormente conhecido como Shazam. O personagem foi criado para surfar na hype do Superman, que surgiu naquele ano e cimentou o gênero de super heróis dos quadrinhos. Mas, diferente das outras “cópias” do azulão, o herói se tornou muito popular, alavancando as vendas da Fawcet. Contudo, já nessa época começam as dores de cabeça da editora.
O processo e a censura
Pois, nesse período a National Publications (posteriormente DC) estava processando todo mundo que publicava heróis, alegando que se tratava de plágio do Superman. E em 1951 chegou a vez da Fawcett, a National processou a concorrente alegando que o Capitão Marvel era uma cópia do seu super herói. A decisão saiu em 30 de agosto de 1951 e o Tribunal de Apelações dos Estados Unidos deu ganho de causa para a National. Ou seja, a Fawcett se viu obrigada a parar de publicar as histórias do seu personagem mais popular.
Aliado a isso, os avanços Comics Magazine Association of America e seu Comics Code causaram grandes impactos nas vendas da Fawcett, que ainda conseguiu sobreviver por mais alguns anos. Porém, com as constantes turbulências, a editora resolveu encerrar as publicações de todas as suas revistas de super herói. Várias das histórias e obras de arte completas de Fawcett, bem como alguns personagens, foram vendidos para a Charlton Comics.
Em reviravolta incrível, a Fawcett tentou voltar a publicar história originais de super herói. Entretanto, não conseguiu repetir o sucesso dos anos anteriores.
Em 1972 a DC fez um acordo para licenciar os personagens da Família Capitão Marvel. Por causa da marca registrada da Marvel, a DC usou a marca registrada Shazam! como o título de seus quadrinhos relacionados ao Capitão Marvel e, portanto, o nome sob o qual eles comercializam e promovem o personagem. Em 1973,Shazam e a família Marvel se tornaram uma Terra adicional, conhecida por um período de tempo como Terra-S.
Após o mega evento Crise nas Infinitas Terras, não só o Shazam, mas todos os heróis adquiridos da Fawcett passaram a fazer parte da cronologia oficial da DC, tendo suas origens rebootadas.
Confira Também: A História da DC Comics.
Charlton Comics
Já que citamos a Charlton, vamos falar dela. Afinal, sim, ela também foi um das editoras que a DC comprou. Além disso, a história da Charlton é muito boa por si só.
A Origem
Em 1931, o imigrante italiano John Santangelo Sr., decidiu empreender e começou uma editora revistas de letras de músicas. O que se provou um baita negócio, pois na época o consumo de música era pelos discos (LPs), que às vezes traziam as letras das canções na capa, mas a maioria não tinham esse recurso. Ou seja, o resultado foi um sucesso. Acontece que ele não levou em consideração as questões legais do seu novo negócio.
Isso porque ele não pediu autorização, tampouco pagou os royalties devidos para as gravadoras por direitos autorais, para publicar as letras das músicas. Então, em 1934 a um ano e um dia na prisão do condado de New Haven, Connecticut, perto de Derby, onde sua esposa e ele moravam.
Acontece que na prisão conheceu o advogado Ed Levy, que também estava preso por crimes do colarinho branco. Então, após cumprir suas respectivas penas, os dois decidiram continuar o negócio iniciado por Santangelo, mas dessa vez de maneira legal. Nascia aí T.W.O. Charles Company em 1940.
Em 1946 a empresa adotou oficialmente o nome de Charlton Comics, adquirindo material de diversos autores freelancer e outras editoras, iniciando aos poucos suas impressões de quadrinhos, para diversificar seu catálogo. No início histórias de faroeste, terror e ficção científica. Além disso, comprou nos anos 50 a linha de super heróis da Fawcett Comics.
O Sucesso
Porém, o sucesso só veio anos mais tarde, na “era de prata” dos quadrinhos, nos anos 60. Personagens como Capitão Átomo, criado por Joe Gile o futuro co-criador do Homem-Aranha, Steve Ditko; Besouro Azul, o antigo super-herói da Fox Comics revivido por Gill e os artistas Bill Fraccio e Tony Tallarico como um personagem cômico em Besouro Azul #1; o Questão, criado também por Ditko, também para a revista Besouro Azul #1; Pacificador, criado por Joe Gill e Pat Boyette para a revista Fightin’ 5 #40 (novembro de 1966); entre outros, elevaram o patamar da editora, colocando-a junta aos maiores nomes do mercado estadunidense.
Sucesso que deveu ao talento e faro para boas histórias do editor Dick Giordano, contratado pela Charlton ainda em 1951. A empresa também desenvolveu uma reputação como um lugar para novos talentos entrarem nos quadrinhos. Ou seja, a Charlton era o lugar para se estar anos 60, se você gostava de quadrinhos de heróis.
Do sucesso à lama
No entanto, dizem as más línguas que os executivos da editora nunca souberam manejar direito o sucesso. Então, no final de 1967, os títulos de super-heróis de Charlton foram cancelados. O foco nas décadas seguintes passou a ser histórias de romance e adaptações de séries famosas de TV. Em 1976, no entanto, a maioria desses títulos foram cancelados e o restante da empresa entrou em hiato em 1977. Boa parte dos novos talentos aproveitou para seguir para a Marvel e DC. O próprio Dick Giordano entrou nesse bolo e rumou para a DC, se tornando mais tarde o editor-chefe da editora.
E foi essa a deixa pra DC adquirir a Charlton. Isso porque em 1983 a maioria dos heróis da Charlton foi vendida para a Distinta Concorrência por módicos 5 mil dólares. A aquisição foi vista como um “presente” para Giordano. A princípio os personagens viveriam numa Terra separada, entretanto no mega evento Crise nas Infinitas Terras de 1985 os personagens da Charlton foram incorporados à linha principal de super-heróis da DC.
Essa é a história da Charlton, mais uma das editoras que a DC comprou.
Milestone
A história da Milestone é bem bacana, isto é, pelo menos no início. A editora foi fundada em 1993, pelos artistas dos quadrinhos Dwayne McDuffie, Denys Cowan, Michael Davis e Derek T. Dingle. Eles sentiam que os heróis dos quadrinhos eram muito brancos e decidiram fazer algo a respeito.
Apesar de gostarem das histórias no geral e serem muito fãs da nona arte, eles não se viam representados nas revistas, em especial nas estadunidenses. Então eles se juntaram e decidiram criar uma editora que representasse as minorias. Com o passar do tempo, a Milestone se tornou sinônimo de super heróis negros, até porque os principais criadores da editora eram artistas negros. Mas diversas outras etnias subrepresentadas nas histórias da DC e da Marvel tiveram presença importante nas histórias da Milestone.
Os principais heróis publicado pela editora nos anos 90 incluíam: Hardware, Blood Syndicate, Icon e Static, conhecido pelo público brasileiro como Super Choque, popular no Brasil graças a animação dos anos 2000, que fez muito sucesso por aqui. Todos esse personagens habitavam o Dakotaverso, em referência à cidade fictícia do meio-oeste de Dakota, na qual a maioria das primeiras histórias da Milestone foram ambientadas.
Chega a DC
Apesar das boas histórias e da representatividade importante, a Milestone não conseguiu se manter por muito tempo no mercado e em 1997 a editora decidiu encerrar sua divisão de quadrinhos. E é aí que entra a DC na jogada.
Na verdade, essa história é um pouco diferente das demais. Pois, ainda nos anos 90 a própria Milestone fez um acordo com a DC para que a casa de Superman e cia se responsabilizasse pela distribuição dos quadrinhos. A Milestone, porém, continuaria tendo autonomia e liberdade criativa. Mas, a história não é tão diferente assim. Uma vez que, como já dizemos, em 1997 a editora foi encerrado e nos anos 2000 a DC decidiu assimilar de vez os personagens da Milestone em seu universo principal.
WildStorm
A WildStorm é mais uma das editoras que a DC comprou ao longo da história. E esse é uma história de traição.
A Image Comics
Em 1992 um grupo de quadrinistas que faziam muito sucesso nos quadrinhos estadunidenses estavam descontentes com o modo como as grandes editoras, em especial a Marvel, tratavam seus artistas. Revoltados eles decidiram pedir demissão e fundar a própria editora, crendo que o sucesso dos quadrinhos se devia ao seu talento. E eles estavam corretíssimos. Nascia então a Image Comics, uma editora independente com um propósito liberdade criativa e remuneração justa para os desenhistas e roteiristas.
A WildStorm
Ué mas essa não era a história da WildStorm? E é! O fato é que como a Image surgiu para ser uma editora mais “justa” com os artistas, cada um dos fundadores lançou se selo próprio, uma espécie de subsidiária dentro da Image, que era a editora maior. Dentro desse selo os quadrinistas teriam liberdade total para criar os personagem e histórias que quisesse. Além disso, os lucros das vendas de quadrinhos das revistas iria majoritariamente para os criadores, com a editora ficando apenas com uma pequena porcentagem.
Dentro desses selos estava a Aegis Entertainment, criada por Jim Lee. Os outros fundadores foram Erik Larsen, Rob Liefeld, Todd McFarlane, Whilce Portacio, Marc Silvestri e Jim Valentino. Em 1993 Lee mudou o nome do seu selo para WildStorm, sob o qual lançou grandes sucessos dos quadrinhos, como WildC.A.T.S., Stormwatch, Time 7 e The Authority.
Como ele era um talentosíssimo desenhista, mas um nem tão boa assim roteirista, ele decidiu unir forças com os maiores nomes dos roteiros da nona arte. Para tanto ele chamou escritores como Warren Ellis, Adam Warren e Alan Moore para escrever histórias para a WildStorm, deixando Lee livre para focar no desenho e na parte burocrática, que consumia muito do seu tempo como um dos donos de um estúdio de histórias em quadrinho. Para Moore inclusive ele prometeu liberdade total e lhe deu inclusive um “sub-selo” para chamar de seu, o America’s Best Comics (ABC), no qual, supostamente Moore teria a última palavra.
O negócio
E eu digo, supostamente, pois na calada da noite e sem avisar ninguém, Lee vendeu a WildStorm de porteira fechada para a DC. O que, você pode imaginar, foi visto como uma grande traição por seus companheiros de Image Comics. Em 1998, alegando que as demandas de publisher e algumas questões familiares estavam interferindo em sua carreira como artista, ele decidiu vender seu selo WildStorm e todos os seus personagens para a DC. O que, segundo ele, lhe permitiria focar mais no lado desenhista, que era o que ele mais gostava de fazer.
McFarlane, Liefeld e companhia viram aquilo como traição. Afinal, eles criaram a Image para fugir dos abusos das grandes editoras, e agora Jim Lee estava jogando tudo fora para voltar a trabalhar para a DC. Mas, ninguém ficou mais pistola que Alan Moore. Pois, nessa época ele já havia rompido com a DC e a Marvel, justamente pela forma como elas tratavam seus artistas. O britânico só aceitou voltar aos quadrinhos estadunidenses, porque o próprio Jim Lee o assegurou pagamento justo e liberdade criativa total. Agora Lee em pessoa quebrava sua promessa e vendia não só a WildStorm, como o selo no qual Moore estava trabalhando. Para o mago dos quadrinhos era como trabalhar para a DC de novo e isso era inacetável.
Enfim, muita treta mas a decisão foi final. E essa é uma história de traição e mágoas de mais uma das editoras que a DC comprou ao longo dos anos. Durante a iniciativa Os Novos 52, em 2011, a editora inclusive adicionou os personagens da WildStorm ao seu Universo Principal.
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Uma conclusão?
Ufa! Era pra ser só mais uma listinha de HQs, dessas bem bobinhas de internet. Mas vocês me conhecem, eu sou muito verborrágico. Ainda mais quando eu gosto do assunto sobre o qual estou escrevendo.
Mas, espero que você tenha gostado de conhecer mais sobre as editoras que a DC já comprou para compor seu catálogo de personagens. Além disso, torço para que você tenha entendido meu ponto de citar esse caso como um exemplo paradigmático de como a economia capitalista deixou de ser a muito uma economia de livre-mercado, ou livre concorrência, e se transformou numa economia de oligopólios.
Afinal, continuando desse exemplo, basta citar como a DC Comics mesmo é uma subsidiária da Warner, que por sua vez se fundiu a Discovery, numa joint-venture bizarra. Enfim, exemplos não faltam.
Entretanto, essa é a minha visão de mundo, baseada nas minhas leituras. Vou deixar com vocês o direito ao contraditório. Então, caso queira sinta-se livre para concordar, discordar, corroborar meu ponto ou acrescentar uma informação importante que você achou que faltou no texto. Você pode fazer isso através da sessão de comentário logo abaixo, mas lembre-se o respeito deve prevalecer sempre.