Clube da Luta | O limite entre loucura e sanidade

Muitos filmes conseguem propor debates incríveis. Mas hoje vamos falar sobre Clube da Luta e o limite entre loucura e sanidade.

Sendo consagrado por ter um dos maiores plot twist do cinema, Clube da Luta se popularizou, e se tornou um dos maiores clássicos que temos hoje em dia. Mas, analisando o filme, percebe-se que o final não é a única coisa que chama atenção. Pois, toda uma introdução e simbolismos colaboram para com o impacto causado pelo longa.

 Com uma análise superficial, se percebe uma alusão e crítica ao padrão consumista imposto sobre o personagem de Edward Norton (aqui chamado de O Narrador), que busca liberar sua tensão e se rebelar contra um sistema social que o impôs esse padrão. O filme usa esse pretexto para dar início à história, mas se propõem a tratar de algo muito mais profundo: os extremos da mentalidade humana. Isto é, o limite entre a loucura e a sanidade.

Quando a trama começa, somos apresentados para o personagem principal, que busca uma vida completa através do consumismo. Ele vive numa total inércia, com um futuro sem projetos e perspectivas e tendo uma existência pacata, apenas seguindo o fluxo de sua vida de acordo com seu trabalho. Quando o personagem percebe isso, uma figura importantíssima na trama aparece, Tyler Durden vivido por Brad Pitt.

Clube da Luta | O limite entre loucura e sanidade

Conformado em mudar sua vida, O Narrador liga para Tyler com o intuito de alterar sua rotina e se livrar de seu pensamento consumista. Os dois então se encontram e começam a falar de suas vidas, e a percepção do protagonista muda ao ouvir as opiniões e o modo de agir do seu companheiro, que são totalmente contrárias às suas. Ficando tentado a largar tudo o que conquistou, e virar sua vida do avesso.

O personagem de Brad Pitt tem uma vivência totalmente imediata, ou seja, sem prezar pela percepção dos riscos dos seus atos, e influencia O Narrador a fazer o mesmo. Quando saem da lanchonete onde estavam, decidem brigar entre si de brincadeira, o que chama a atenção de outros caras, que também entram na briga. Quando o encontro se torna semanal, uma multidão vem a se reunir apenas para bater um nos outros, trazendo fama a essa nova tradição. A fama levou os personagens a fundarem o Clube da Luta.

Clube da Luta | O limite entre loucura e sanidade

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Foi então, imposta uma lista de regras para quem participar do clube. Ela ficou tão famosa, que é um dos elementos mais marcantes da cultura pop em geral.

  • A primeira regra do Clube da Luta é: você não fala sobre o Clube da Luta.
  • A segunda regra do Clube da Luta é: você não fala sobre o Clube da Luta.
  • Terceira regra do Clube da Luta: se alguém gritar “Para!”, fraquejar, sinalizar, a luta está terminada.
  • Quarta regra: apenas dois caras numa luta.
  • Quinta regra: uma luta de cada vez, pessoal.
  • Sexta regra: sem camisas, sem sapatos.
  • Sétima regra: as lutas duram o tempo que for necessário.
  • E a oitava e última regra: se esta for a sua primeira noite no Clube da Luta, você tem de lutar.

As condições de vida dos personagens eram precárias. Eles moravam numa casa que estava caindo aos pedaços, e levavam surra toda semana, sem exceção. Apenas vivendo pelo calor do momento.

Quando o Narrador toma consciência da sua situação atual, ele é posto nesta imagem.

Ainda não entendeu? Certo, vou explicar.

Fizemos toda uma introdução de partes importantes da trama para que você possa visualizar e relembrar o filme, para que compreenda melhor o queremos passar.

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Um humano racional tende a equilibrar o sentimento momentâneo, com a contenção individual. O que não é o caso do protagonista, que começa o filme vivendo de forma automática, isto é, se desprendendo de seus impulsos. Nessa parte do filme, a cor dominante e o azul e o branco.

Quando o personagem decide mudar sua vida, ele sai do extremo que estava presente e foi então para o outro. Onde ele apenas agia pela emoção do momento, e nunca se permitia pensar antes de fazer algo. A cor predominante do filme e o amarelo e o vermelho.

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Quando finalmente temos uma reação do protagonista diante de sua vida, ele e posto no meio de duas salas, onde de uma está saindo uma luz azul, e da outra uma luz amarela. Representando o estado de controle do dois extremos.  

Então ao perceber esses significados o longa fica mais extraordinário do que já é. Mostrando assim a qualidade do trabalho do diretor David Fincher, e a habilidade das atuações de Brad Pitt e Edward Norton.